São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Toda Mídia

Nelson de Sá


FAZ-DE-CONTA
Era a notícia do dia e é a notícia do segundo turno, até agora. "O debate da Band muda o tom da campanha", na manchete do "Jornal da Band". Mas não, o "JN" nem mencionou. Passou recibo.

Na defensiva, mas reagiu

E foi notícia no mundo todo, com correspondentes falando de um Lula acuado, mas que reagiu depois.
Para Steve Kingstone, da BBC, "Lula enfrentou questionamento intenso de Alckmin" e "se manteve na defensiva na primeira metade, mas cresceu em confiança ao tratar de política social". Para Jonathan Wheatley, do "Financial Times", "Alckmin pôs Lula na defensiva", mas o presidente "recuperou algum terreno" -e "é pouco provável que o debate tenha mudado votos significativamente". "Na defensiva" foi também a expressão de Annie Gasner no "Le Monde", dizendo -como os demais- que "o tom da campanha foi dado e será agressivo". Geraldo Samor, do "Wall Street Journal", sublinhou os ataques de lado a lado e avaliou que o debate era "crucial para Mr. Alckmin".
Na Argentina, Eleonora Gosman no "Clarín" e Luis Esnal no "La Nación" falaram em "debate áspero" e "agressividade incomum na sociedade brasileira", com Alckmin no ataque e Lula "crescendo" depois.

O MERCADO
Para o site do "Wall Street Journal", foi dia de "calma" no mercado financeiro do país, em contraste com "a temporada eleitoral quente". O único temor mencionado por investidores é chegar a tal confronto que inviabilize um acordo para reformas, depois.
Já a Bloomberg despachou que o real subiu por causa do "otimismo de que Alckmin vai crescer" depois do debate.

CABOCLO HH
O texto mais lido na Folha Online foi uma declaração do petista Jaques Wagner, de que Lula "foi surpreendido com a postura de Alckmin".
Foi surpresa geral, até para aliados, segundo a cobertura. E foi descrita com humor por Tutty Vasques, no Nomínimo:
- Cabloco Heloísa Helena pode ter baixado em Alckmin. A questão será discutida no conselho de ética do PSOL.

TV GOOGLE
A notícia tirou o teste nuclear na Coréia do Norte da manchete do site do "Wall Street Journal" -a Google comprou o YouTube por US$ 1,65 bilhão, o que "catapulta a gigante a protagonista da revolução do vídeo on-line". "FT", "NYT", "Washington Post", o tom foi semelhante por todo lado. Mas a notícia original estava no site da Google, no webcast com Chad Hurley (YouTube) falando de sua "excitação" com a grande mudança em andamento na internet, e Sergey Brin (Google), lacônico, "vídeo é um grande meio para publicidade, e por isso estou excitado".

nypost.com/Reprodução
DEU NO "NY POST"
A notícia não surgiu no "WSJ" nem em qualquer outro. Segundo o blog de mídia de Tiago Dória, que vinha acompanhado as especulações, ela saiu no blog TechCrunch, com base num e-mail que o blogueiro americano confirmou, inclusive o valor. Antes de todos, porém, o tablóide "New York Post" havia dado ainda em setembro que o YouTube abria conversa com "gordos" US$ 1,2 bilhões na mesa -e a foto de um sorridente Chad Hurley para ilustrar.

YOUTUBE E AS ELEIÇÕES
O poder do YouTube foi exemplificado ontem na capa do "WSJ", sobre o impacto dos vídeos de candidatos que vêm sendo postados nos EUA. As campanhas agora têm assessores só para tais ações "virais", de antipropaganda. E o presidente da Google, no "FT", aconselhou "políticos a acordar para o impacto da web", que "vai afetar eleições".

Leia as colunas anteriores
@ - Nelson de Sá


Texto Anterior: No Paraná, candidatos trocam acusações na TV
Próximo Texto: Eleição 2006/Crise do dossiê: Deputados ligam dinheiro do dossiê a jogo do bicho
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.