São Paulo, quarta-feira, 10 de outubro de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Armada espanhola

No enunciado da Folha Online e também de Globo Online, UOL e até do Terra, "Espanhóis dominam". Levaram seis dos sete trechos em disputa. E foram, numa das manchetes, "as rodovias mais cobiçadas". O resultado vem após o espanhol Santander se tornar o segundo banco privado do Brasil -e dias antes da decisão sobre a hegemonia da Telefônica no celular.
O mais importante, para o "Financial Times", é o "sinal da aceitação pelo governo da necessidade de investimento privado em serviços públicos". Ou, na manchete sorridente do "Jornal Nacional", que abriu citando as privatizações de FHC, "Sob nova direção".
Já na Record, "Menos de R$ 1: é o pedágio na estrada que liga São Paulo a Belo Horizonte". Foi também o que "surpreendeu" o site espanhol "El Economista".

elpais.com
No site, o comercial de lançamento da "nova versão" global

EM PORTUGUÊS
O espanhol "El País" destacou ontem na página inicial, sobre si mesmo, que "será o jornal global em espanhol". Será o novo lema ao lado do logotipo, a partir do dia 21. Vai passar por mudanças para atingir "um público sem fronteiras de idade nem geográficas". E quer "reforçar a liderança na Ibero-América". Ou melhor, "o jornal é um dos pilares para a construção do maior grupo global de educação e informação em espanhol e em português".

DOHA, O CONFRONTO
Nas reportagens de "FT" e agências, ontem, "Países em desenvolvimento descartam cortes na Rodada Doha". Na verdade, "grandes cortes". Foi a "coalizão de Brasil, Índia, África do Sul e Argentina", junto com "todos os membros africanos da Organização Mundial do Comércio". No dizer do Itamaraty, ontem no "Valor", "entre Doha e Mercosul, o Brasil escolhe o Mercosul". Para o jornal, foi "uma das mais duras reações do país na negociação global", diante da recente pressão. Como resultado, os membros da OMC "decidiram não convocar reunião ministerial neste ano".

SUSAN E OS CULPADOS
De pronto, a representante comercial dos EUA, Susan Schwab, surgiu em destaque nos sites de busca de Brasil, dizendo, pelo título da AP, que "a Índia e o Brasil estão matando a Rodada Doha". E seu documento "pode ser o começo do fim" ou "sinaliza o fim" das negociações etc. etc.

VEM O SECRETÁRIO
E hoje, segundo as agências, o secretário de Comércio dos EUA encontra o chanceler Celso Amorim, em Brasília. Na agenda, a Rodada Doha -e a garantia de que os EUA "vão crescer em bom ritmo".

VAIVÉM EUROPEU
Já o comissário europeu de comércio fugiu de comentar os emergentes. Deixou para o ministro francês, que saiu dizendo que Brasil e outros não podem mais ser tratados como "em desenvolvimento".
Por outro lado, é "consenso universal que está com os americanos a chave de Doha".

E AS SUAS AMEAÇAS
E também ontem a União Européia ameaçou, pelas agências, "banir" a compra de carne do Brasil, por supostas dúvidas quanto aos "padrões de segurança" -e por pressão dos pecuaristas irlandeses.

SUL-SUL-SUL
Após os embates da Rodada Doha em Genebra, Brasil, Índia e África do Sul, destacam sites africanos, seguem para a cúpula da semana que vem. Na descrição da France Presse, "as potências emergentes" vão rever comércio. Brasil e Índia também vão à Nigéria "rica em petróleo".

"Seguir o exemplo de Che significa agora olhar para a frente".
Da manchete do cubano "GRANMA", ontem, sobre foto de Raúl Castro, que comanda o país no lugar do irmão, Fidel.

"MINHA VIDA"
Ignacio Ramonet escreve hoje no "Guardian" sobre o "último superstar da política", Fidel, e o futuro de Cuba em sua "segunda vida política". Especula que em maio a ilha pode ter novo presidente, Raúl, mas "vai seguir seu caminho singular até muito depois de [Fidel] ter partido", sem "modelo chinês". Ramonet é citado como "co-autor com Fidel Castro do vindouro "Fidel Castro: Minha Vida'".


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@ - Nelson de Sá


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