São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 2000

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Ministério Público investiga empresa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A empresa Aceco, suspeita de ter pago propina para obter contratos no Senado, está sendo investigada pelo Ministério Público Federal desde agosto passado.
O procedimento investiga se houve favorecimento à empresa em um contrato com o Prodasen, o serviço de processamento de dados do Senado.
A empresa recebeu R$ 4,5 milhões para a instalação de uma "sala-cofre" para proteger o sistema de informática do Senado.
Segundo o Prodasen, o contrato foi feito sem licitação porque a Aceco seria a única a fornecer esse tipo de serviço. Nesse caso, legalmente, a licitação não é exigida.
O Ministério Público descobriu que pelo menos três outros órgãos públicos fizeram licitação ou concorrência antes de contratar a Aceco -o Ministério da Saúde, a Infraero e a Aneel, a agência nacional de energia elétrica.
O diretor de marketing da Aceco, Fernando Almeida Prado, confirmou que José Ricardo Marques é representante da empresa em Brasília, mas desconhece que Gallerani tenha prestado serviços à empresa. "Estamos pasmos com essa notícia. Procurem a Aceco em Brasília. Tudo que fazemos é por concorrência pública."
Por conta das denúncias, o Ministério Público Federal constituiu um grupo de procuradores para investigar o que considerou indícios de sonegação de impostos, remessa ilegal de divisas, tráfico de influência e advocacia administrativa (servidor público que defende interesse de empresa privada dentro do governo).
O MP requisitou também a abertura de inquérito na Polícia Federal para apurar o caso e uma auditoria da Receita sobre o patrimônio de Gallerani.
A diretora-executiva do Prodasen, Regina Borges, confirmou que o órgão contratou a Aceco sem concorrência pública. Segundo ela, a empresa era o único fornecedor dessa tecnologia no mercado brasileiro.
O diretor-geral do Senado, Agaciel da Silva Maia, apresentou documentos comprovando a realização de concorrência pública em 98 para a aquisição de equipamentos da Aceco para a biblioteca. Os dois diretores do Senado negaram qualquer influência de Rubens Gallerani.


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