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Ministro decide
ir ao Senado; PFL
quer levá-lo à CPI
DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, comparecerá à Comissão de Assuntos Econômicos
(CAE) do Senado no dia 22. A data foi confirmada ontem pelo líder
do governo no Senado, Aloizio
Mercadante (PT-SP). A oposição,
porém, diz que vai insistir em
convocá-lo a prestar depoimento
na CPI dos Bingos sobre seu suposto envolvimento na remessa
de dinheiro de Cuba para a campanha do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, em 2002.
A reunião da CAE acontece às
terças, mas, como na próxima semana há um feriado, a opção recaiu no dia 22. "Há uma sobrecarga de atividades no Senado e temos de votar a MP 258 [que cria a
Super Receita] até o dia 18; por isso, de comum acordo, fechamos o
depoimento do ministro para o
dia 22", disse Mercadante.
O comparecimento de Palocci
na CAE foi negociada pelo próprio líder do governo no Senado,
a pedido do ministro. A intenção
de Palocci é falar o máximo possível sobre economia e responder a
poucas perguntas sobre o caso de
Cuba e sobre a denúncia de seu
ex-secretário Rogério Buratti de
que havia uma caixinha mensal
de R$ 50 mil na Prefeitura de Ribeirão Preto, paga por empreiteiras, quando Palocci era prefeito.
Ele sempre negou a existência
do caso. E disse que a acusação da
revista "Veja" de que Cuba enviou
dólares para a campanha de Lula,
em 2002, dentro de três caixas de
uísque, "é fantasiosa".
"O ministro nunca se furtou de
vir ao Congresso e sempre concedeu entrevistas coletivas para explicar todo e qualquer assunto",
declarou Mercadante.
O senador José Jorge (PFL-PE)
qualificou de "obrigação" o comparecimento do ministro da Fazenda à CAE. E disse que isso não
afasta a possibilidade de a CPI
convocá-lo a prestar esclarecimentos sobre as acusações de ex-auxiliares dele.
"Vou insistir para que ele vá à
CPI depois dos depoimentos do
Buratti e do Vladimir Poleto",
anunciou José Jorge.
Mercadante contestou a oposição. "Não há nada que justifique a
convocação do ministro pela
CPI", declarou. "Se aparecerem
fatos novos, vamos analisar."
A mesma opinião tem o senador Tião Viana (PT-AC). "O ministro está sob ataque político pelo que ele representou como prefeito de Ribeirão Preto. (...) O julgamento dele tem de se dar em cima da verdade e a pior coisa que
pode haver no ambiente político é
utilizar a convocação dele como
triunfo -"se ele não vier, vamos
para o ataque"."
(CHICO DE GOIS)
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