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Valério apresenta documentos para
provar que Visanet ainda deve à DNA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A guerra de versões entre a CPI
dos Correios e o publicitário Marcos Valério de Souza teve como
munição ontem 15 quilos de papéis, levados em duas caixas por
seu advogado à analise dos membros da comissão.
Com a papelada, Marcos Valério tenta convencer a CPI de que
ainda tem a receber da cota do
Banco do Brasil no Fundo de Incentivo Visanet R$ 3,8 milhões.
O publicitário investe, assim,
contra uma das principais conclusões da CPI dos Correios, de
que pelo menos R$ 10 milhões da
Visanet teriam sido desviados,
por ordem do Banco do Brasil,
para o caixa dois do PT.
Segundo o relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), os pagamentos antecipados
à DNA sem prévia comprovação
de gastos eram forma de favorecimento à agência do publicitário.
Tanto o banco como a Visanet
negam que devam qualquer valor
à agência de publicidade.
Carta
Entre os documentos, consta
uma carta assinada pelo gerente-executivo de atendimento e controle do Banco do Brasil e encaminhada à agência em 17 de janeiro.
A carta informa a existência de
um saldo, no final de 2004, em favor da Visanet, no valor de pouco
mais de R$ 2 milhões.
Na semana passada, a CPI dos
Correios recebeu um documento
em que o Banco do Brasil informava um saldo pendente de comprovação de gastos pela Visanet
ao final de 2004 no valor de pouco
mais de R$ 9 milhões.
De acordo com a assessoria da
DNA Propaganda, da qual Marcos Valério foi sócio, a agência de
publicidade teria prestado serviços à Visanet em 2005 no valor de
R$ 12,9 milhões, que ainda não teriam sido pagos pela empresa.
O dinheiro faria parte, como as
demais quantias, da cota do Banco do Brasil no Fundo de Incentivo Visanet, destinado à publicidade dos cartões de débito e crédito
da bandeira Visa.
Por uma mudança de regra promovida no início de 2003, com o
apoio do ex-diretor de marketing
do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, a DNA passou a receber o
dinheiro de publicidade antecipadamente, antes mesmo da definição de campanhas publicitárias.
O mecanismo rendeu o repasse
antecipado de R$ 73,8 milhões à
agência num período de oito meses, segundo a CPI.
De acordo com a DNA, se considerado o primeiro documento sobre o saldo pendente de comprovação de gastos pela agência, a
empresa ainda teria a receber da
Visanet R$ 10,9 milhões.
Considerado o valor de R$ 9,1
milhões que o Banco do Brasil
apontou recentemente como o
montante pendente de comprovação de gasto, a agência ainda seria credora de R$ 3,8 milhões, afirma a DNA Propaganda.
Outro lado
Procurada pela Folha, a Visanet
informou ontem que " não existem pendências de pagamentos
para a DNA por serviços prestados ao Banco do Brasil em seus registros de controle".
O Banco do Brasil ainda aguarda a prestação de contas da DNA
de um total de R$ 9,1 milhões repassados antecipadamente à
agência, dos quais R$ 1,3 milhão
não teria sido objeto de nenhuma
campanha encomendada.
(MARTA SALOMON)
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