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Orçamento explica desempenho apenas mediano na área social
DA SUCURSAL DO RIO
O desempenho mediano do
Brasil em desenvolvimento humano é em boa parte explicado
pelo pequeno gasto público,
quando comparado com países
desenvolvidos, em educação e
saúde. O relatório mostra que o
país gasta mais com serviços da
dívida (8,9% do PIB) do que
com educação (4,1% do PIB) e
saúde (3,4% do PIB) juntos.
No caso da saúde, o gasto público do país é inferior ao privado (de 4,2% do PIB). Além disso, de 175 países para os quais
há comparação do gasto público em saúde em relação ao PIB,
o Brasil é o 69º de maior gasto.
O valor de 3,4% é bastante inferior ao verificado entre os
países que mais gastam (Islândia, Alemanha, Noruega e Suécia investem mais de 8,0%),
mas é superior ao de nações em
desenvolvimento como África
do Sul, Chile, México e China.
A posição do país no ranking
dos que mais investem publicamente em educação é ainda
pior: 81º de um grupo de 124. Os
dados mostram, no entanto,
que outros países com melhores indicadores educacionais
do que o Brasil fazem mais investindo menos: é o caso de
Chile, Argentina e Uruguai.
"Há uma posição prevalente
entre economistas de que não
precisamos gastar mais em
educação. No entanto, a infra-estrutura das escolas ainda não
está completa. Manutenção, biblioteca e adaptações de salas
ainda são necessárias em grande escala. É por isso que precisamos, sim, de mais recursos.
Mas não adianta só aumentar o
gasto no sistema tal como está.
A grande batalha, e muito mais
difícil de ser vencida, é a do melhor uso do recurso", diz Francisco Soares, da Faculdade de
Educação da Universidade Federal de Minas Gerais.
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