São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 2006

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Orçamento explica desempenho apenas mediano na área social

DA SUCURSAL DO RIO

O desempenho mediano do Brasil em desenvolvimento humano é em boa parte explicado pelo pequeno gasto público, quando comparado com países desenvolvidos, em educação e saúde. O relatório mostra que o país gasta mais com serviços da dívida (8,9% do PIB) do que com educação (4,1% do PIB) e saúde (3,4% do PIB) juntos.
No caso da saúde, o gasto público do país é inferior ao privado (de 4,2% do PIB). Além disso, de 175 países para os quais há comparação do gasto público em saúde em relação ao PIB, o Brasil é o 69º de maior gasto.
O valor de 3,4% é bastante inferior ao verificado entre os países que mais gastam (Islândia, Alemanha, Noruega e Suécia investem mais de 8,0%), mas é superior ao de nações em desenvolvimento como África do Sul, Chile, México e China.
A posição do país no ranking dos que mais investem publicamente em educação é ainda pior: 81º de um grupo de 124. Os dados mostram, no entanto, que outros países com melhores indicadores educacionais do que o Brasil fazem mais investindo menos: é o caso de Chile, Argentina e Uruguai.
"Há uma posição prevalente entre economistas de que não precisamos gastar mais em educação. No entanto, a infra-estrutura das escolas ainda não está completa. Manutenção, biblioteca e adaptações de salas ainda são necessárias em grande escala. É por isso que precisamos, sim, de mais recursos. Mas não adianta só aumentar o gasto no sistema tal como está. A grande batalha, e muito mais difícil de ser vencida, é a do melhor uso do recurso", diz Francisco Soares, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais.


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