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Brasil não passa por crise de gás, diz Garcia
Apesar da declaração do assessor, Lula deve se reunir hoje com Evo Morales para discutir a questão do combustível
Presidente brasileiro não fez declarações públicas ontem, na cúpula em Santiago do Chile; vários dos chefes de Estado excederam o tempo
Jorge Araújo/Folha Imagem
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Presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Evo Morales, da Bolívia, plantam árvores, em Santiago, durante a Cúpula Ibero-Americana |
DO ENVIADO A SANTIAGO
O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia,
afirmou ontem, em Santiago do
Chile, durante a 17ª Cúpula
Ibero-Americana de Chefes de
Estado e de Governo, que o
Brasil não passa por uma crise
de falta de gás. "Nós não estamos hoje em uma situação de
crise. Estamos tomando exatamente medidas preventivas para que uma crise não venha a se
colocar no médio e no longo
prazo. Hoje nós temos uma situação de equilíbrio de gás. Mas
é evidente que nos interessa ter
uma folga."
Ele disse que não existe negociação com a Bolívia para solucionar a recente escassez de
gás natural no Brasil.
"Nós não temos uma negociação hoje com a Bolívia em
matéria de gás. A Bolívia nos está pedindo algo, que nos parece
razoável e que para nós tem
uma importância também
grande, que é a necessidade de
fazer novos investimentos."
Garcia afirmou que o descobrimento de novas reservas de
petróleo pela Petrobras não alteram a relação do Brasil com a
Bolívia em matéria de gás. "Nós
temos um acordo com a Bolívia, que vai até 2019, e nós queremos honrar esse acordo.
Sempre dissemos que independentemente da descoberta de
novas fontes energéticas no
Brasil nós gostaríamos de continuar nossa cooperação com a
Bolívia. Esperamos ter um período de grande expansão da
nossa economia, então vamos
precisar de gás."
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não fez declarações
públicas durante o segundo dia
da da Cúpula. O discurso que o
presidente faria foi suspenso
porque seus colegas não se ativeram ao limite de cinco minutos imposto por intervenção.
Outros presidentes, como Evo
Morales (Bolívia) e Alvaro Uribe (Colômbia) também não
discursaram e devem fazê-lo
hoje, no encerramento do
evento.
Lula participou pela manhã
da primeira reunião plenária
de mandatários da cúpula.
Também teve reuniões particulares com o secretário ibero-americano, Enrique Iglesias, o
presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento,
Luis Alberto Moreno, e o presidente do Paraguai, Nicanor
Duarte Frutos.
Com esse último, acertaram
detalhes para a construção, pela usina binacional Itaipu, de
uma linha de transmissão para
levar eletricidade a Assunção,
que custará US$ 200 milhões e
será paga pela companhia.
"Essa linha terá uma incidência muito grande não só na
melhoria da qualidade energética daquela região do Paraguai
como sobretudo favorecerá um
processo de industrialização.
Nós estamos absolutamente
convencidos de que é de fundamental importância que o Paraguai se industrialize. Para isso, evidentemente, ele tem
energia e deve usufruir dessa
energia", explicou Garcia.
À tarde, Lula participou de
reunião fechada com os outros
presidentes. O circuito interno
disponível na sala de imprensa
mostrou imagens do brasileiro
falando, mas sem som.
No início da noite, Lula tinha
reunião com o presidente da
Bolívia, Evo Morales, que foi
cancelada. A reunião deve ser
hoje.
Ontem à noite aconteceu o
jantar oficial com os participantes da Cúpula.
(RR)
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