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No TRE, PT tenta reaver o mandato de Soninha
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REDAÇÃO
O Diretório Municipal do PT
entrou ontem com representação no TRE (Tribunal Regional
Eleitoral) de São Paulo para
reaver o mandato da vereadora
Soninha, que ingressou no PPS
e deve disputar a prefeitura da
capital paulista.
Soninha foi eleita em 2004
pelo PT. "Apresentamos uma
peça com 44 páginas e arrolamos três testemunhas apresentando argumentos para afirmar
que a Soninha não tinha nenhum motivo para deixar o
partido", diz o presidente Municipal do PT, Paulo Fiorilo.
Soninha afirma ter "muita
tranqüilidade" sobre as razões
que a levaram a sair do PT.
"Não foi uma decisão súbita.
Foi um dilema sofrido durante
muito tempo, sobre qual era o
momento a partir do qual eu ia
jogar a toalha e dizer "agora desisti do partido'", diz.
"Se tiver de me arrepender
de alguma coisa é de ter cedido
antes aos apelos para ficar. Eu
poderia ter saído antes. Tenho
bilhões de motivos colecionados do que considero desvios
reiterados e sou capaz de apresentar", complementa Soninha, que também alega "divergências programáticas" com a
bancada petista na Câmara para a troca de sigla.
Com o pedido protocolado
ontem pelo PT, há 46 requerimentos no TRE paulista sobre
mandato de parlamentares.
Desse total, 38 referem-se a
partidos pedindo o mandato de
volta por desfiliação. Já oito documentos são de parlamentares apresentando justificativas
para a troca.
O PT diz que "não identifica
justa causa para a desfiliação".
"Sonia Francine sempre votou
conforme a bancada, sem nenhuma objeção, sempre se entendeu como petista, defendendo o partido e seus pares.
(...) Foi à tribuna da Câmara
Municipal, pouco antes de sua
desfiliação, inclusive, para defesa do PT", diz nota petista.
Em 27 de março, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aprovou regra da fidelidade partidária para deputados federais, estaduais e vereadores. Em 4 de
outubro, o STF (Supremo Tribunal Federal) ratificou essa
decisão, mas livrou da perda do
mandato quem trocou de partido antes de 27 de março deste
ano. A troca de Soninha foi concretizada em setembro.
Entre os motivos que políticos podem apresentar para justificar a troca estão perseguição
política interna e descumprimento pelo partido de seu programa. "Tanto o partido quanto
eu estamos exercendo os direitos assegurados pelo Supremo
naquela decisão. O Supremo
reconheceu que, em alguns casos de mudança, parlamentares têm boas razões e têm o direito de continuar com o mandato. Vamos travar uma disputa judicial", diz Soninha.
Ela afirmar ter documentada
sua divergência com o PT. "Manifestei meu desgosto várias
vezes publicamente, no meu
blog, em entrevistas."
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