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Construtoras vão responder por cartel na BA
Juiz federal acata denúncia contra consórcio da Camargo Corrêa e da Andrade Gutierrez por fraude na licitação do metrô de Salvador
Empresas negam acusação;
Ministério Público diz que a italiana Impregilo recebeu quase R$ 11 milhões para abandonar a concorrência
MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
A Justiça Federal na Bahia
acatou denúncia contra dois
executivos da construtora Camargo Corrêa, dois da Andrade
Gutierrez e três da Impregilo
sob acusação dos crimes de formação de cartel, formação de
quadrilha e fraude na licitação
para o metrô de Salvador.
As empresas negam a acusação. A obra, ainda não concluída após dez anos, já consumiu
R$ R$ 525,5 milhões, incluindo
gastos com 6 trens e 24 vagões.
A denúncia do Ministério
Público Federal é um desdobramento da Operação Castelo
de Areia, da Polícia Federal, deflagrada em março último. Segundo a denúncia, o consórcio
Metrosal (Camargo Corrêa,
Andrade Gutierrez e Siemens)
"comprou" o primeiro lugar na
licitação por quase R$ 11 milhões do consórcio Cigla, que
venceu a disputa, mas desistiu a
seguir. O consórcio vencedor
era formado pela italiana Impregilo e pela Soares da Costa.
O pagamento foi feito através
de uma falsa operação de compra e venda de caminhões, segundo o Ministério Público,
que se baseou em documentos
encontrados na casa de um investigado na Castelo de Areia.
Os procuradores também
apontaram a existência de um
"consórcio oculto e ilegal" firmado antes da apresentação
das propostas com outros consórcios para a divisão antecipada dos lucros obtidos na obra.
A denúncia, aceita na semana
passada pelo juiz Cristiano Miranda de Santana, da 17ª Vara
Criminal da Justiça Federal em
Salvador, teve origem em São
Paulo. O inquérito foi redistribuído em junho pelo juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal de São
Paulo. Antes da mudança de vara, a Procuradoria de São Paulo
encaminhou denúncia que ainda não acusava os executivos da
Impregilo. A inclusão foi feita
pelos procuradores na Bahia.
Entre os réus está Pietro
Francesco Giavina Bianchi,
executivo da Camargo Corrêa
que já havia sido denunciado
sob acusação de fraude contra o
sistema financeiro, evasão de
divisas, lavagem de dinheiro e
formação de quadrilha.
Além de Bianchi, foram denunciados Saulo Thadeu Vasconcelos, da Camargo Corrêa,
Marcio Magalhães Pinto e Casildo Quintino, da Andrade Gutierrez, e Diego Beltran Savino,
Gianvincenzo Coppi e Juan Alfredo Kuster, da Impregilo.
A Justiça abriu em junho
processo criminal contra quatro diretores da Camargo Corrêa e doleiros, sob acusação de
fraude contra o sistema financeiro, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, formação de
quadrilha e câmbio ilegal.
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