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PT evita apurar e punir seus desvios éticos
Partido descumpre promessas de julgar e expulsar faltosos dos escândalos do mensalão e do dossiê
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cada vez mais extensa lista
de escândalos não investigados
e não punidos pelo PT teve dois
momentos carregados de simbolismo na semana passada.
Na quarta-feira, completaram-se seis meses desde a invasão da Câmara pelo MLST
(Movimento de Libertação dos
Sem Terra), liderado pelo petista Bruno Maranhão. A prometida sindicância interna do
PT está parada. Um dia antes,
venceu o prazo da punição aplicada pelo PT aos envolvidos na
compra do dossiê, de suspensão da filiação por 60 dias.
Em ambos casos e vários outros, do mensalão aos sanguessugas, o partido prometeu apuração, mas pouco ou nada fez.
Em nada o PT de agora lembra
o que, em 2003, rapidamente
expulsou parlamentares por terem se oposto a reformas defendidas pelo governo.
Maranhão chegou a ter o processo disciplinar aberto pela
comissão de ética, mas ainda
não foi ouvido. Afastado da
Executiva, permanece no Diretório Nacional do PT.
"O processo ficou parado
porque ele passou um tempo
preso [40 dias] e por causa da
eleição. Será retomado", diz o
coordenador da comissão de
ética do PT, Danilo Camargo.
No caso dos "aloprados", a
Executiva criou a figura da "expulsão política" para Jorge Lorenzetti, Oswaldo Bargas, Hamilton Lacerda, Expedito Veloso. Tal punição não existe no
estatuto do partido. Lacerda e
Lorenzetti pediram desfiliação
voluntariamente, mas Bargas e
Veloso continuam no partido.
Com base no artigo 228 do
estatuto, eles foram suspensos
temporariamente por 60 dias,
prazo no qual deveria estar
concluído o processo de julgamento -que nem começou.
Em 5 de dezembro, venceu a
suspensão. Procurada, a direção do partido diz que a expulsão de fato será "formalizada".
O caso mais emblemático
ainda é o mensalão. O partido já
prometeu comissão de ética,
sindicância e "debate de procedimentos", mas sempre recuou. O tema foi abafado no 13º
Encontro Nacional, em abril.
Há uma intenção de tocar nas
crises políticas no 3º Congresso
do PT, marcado para julho do
ano que vem.
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