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outro lado
TJ diz que suspeita "mancha" tribunal
Presidente interino do órgão afirma que prisões foram surpresa e que denigrem imagem do Judiciário
DA AGÊNCIA FOLHA
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA
O desembargador Álvaro
Manoel Rosindo Bourguignon,
que assumiu ontem, interinamente, o cargo de presidente do
Tribunal de Justiça do Espírito
Santo, disse não ter detalhes do
processo contra os colegas do
órgão, mas afirmou que, "independentemente" de culpados e
inocentes, a suspeita "mancha"
a imagem do tribunal.
"Eu reagi como qualquer um
reagiu: surpreso. Independentemente da culpabilidade, ou
não, das pessoas envolvidas, e
se num futuro próximo elas venham a ser isentas da culpa ou
de qualquer tipo de responsabilidade, esse é um fato que denigre a imagem do Poder Judiciário", disse Bourguignon.
"Uma notícia dessa natureza
faz com que o tribunal demore
um bocado para reconstruir e
remoldurar sua imagem. Isso
sempre é uma conseqüência
ruim, negativa para a sociedade", completou o magistrado.
Ele evitou citar os nomes dos
detidos. A operação corre sob
sigilo de Justiça. O magistrado
disse também desconhecer casos de nepotismo no órgão.
"Alma maravilhosa"
A mulher de Frederico Pimentel, presidente do TJ-ES,
Luiza, disse que "todo mundo
foi pego de surpresa" pela notícia da prisão do marido e que
não tinha informações sobre o
que estava acontecendo. "Ele é
uma alma maravilhosa", disse.
Um amigo de Pimentel, o desembargador aposentado Arione Vasconcelos Ribeiro, disse
que o magistrado é "um homem de bem, pai exemplar e
muito respeitado" em sua vida
pública. Ribeiro disse que nunca houve "nada que possa denegri-lo". "Estamos na casa dele
agora, muito surpresos com as
notícias", disse Ribeiro que, assim como a mulher, não soube
dizer se ele tem advogado.
Na casa do desembargador
Elpídio José Duque, que é pai
de um dos advogados detidos,
uma pessoa que não informou
o nome desligou o telefone depois de a reportagem se identificar. Ninguém atendeu o telefone na casa do desembargador
Josenider Varejão Tavares até
o final da tarde de ontem. Na
seção de distribuição do tribunal, uma funcionária disse que
não sabia quem era o advogado
da diretora Bárbara Sarcinelli.
Em nota, o presidente da
OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil) no Espírito Santo, Antonio Augusto Genelhu Junior,
afirmou que a entidade não faria "qualquer juízo de valor sobre a operação".
A OAB disse ter providenciado assistência aos advogados
detidos e que adotará " medidas
disciplinares cabíveis" após ser
"cientificada das eventuais acusações" contra eles. Por fim, o
presidente afirmou que a OAB
confia que os fatos serão "devidamente apurados, com pleno
respeito aos direitos e garantias
assegurados a todos".
A reportagem também entrou em contato com o Ministério Público do Estado, para
pedir informações sobre a prisão de um integrante da entidade na ação, mas ninguém foi localizado até o início da noite.
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