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Suspeita de fraude paralisa apuração no PT de Minas
Dois lados na disputa pelo comando do partido fazem acusações de irregularidades
Grupo de Patrus se retira de comissão eleitoral e pede intervenção de Executiva Nacional; racha enfraquece palanque de Dilma em 2010
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM BELO HORIZONTE
A apuração dos votos da eleição para presidente do PT de
Minas Gerais foi paralisada por
causa de recursos apresentados
pelos dois lados da disputa -o
grupo do ex-prefeito Fernando
Pimentel e o do ministro Patrus Ananias, pré-candidatos
ao governo mineiro.
Alguns recursos foram
acompanhados de ocorrências
policiais. Há acusações de fraudes e manobras de ambos os lados. Não há data para a apuração dos votos ser retomada.
O grupo de Patrus se retirou
da comissão eleitoral, sob a alegação de que as supostas irregularidades no pleito podem alterar o resultado, e ontem pediu oficialmente intervenção
da Executiva Nacional do PT.
O racha petista enfraquece o
palanque eleitoral da ministra
Dilma Rousseff no segundo
maior colégio eleitoral do país e
causa preocupação na Executiva Nacional. Antes mesmo de
se eleger presidente nacional
do PT, no mês passado, José
Eduardo Dutra -que tomará
posse em fevereiro- já dizia
que a situação em Minas era
preocupante.
As discórdias se acentuaram
após Pimentel e seu grupo darem entrevista coletiva na última segunda se dizendo vitoriosos, quando apenas 68% dos
votos estavam apurados. Em
nota, Gleber Naime, apoiado
por Patrus, repudiou o ato.
A última parcial de votos, divulgada na noite de segunda-feira, indicava o atual presidente da sigla, deputado federal
Reginaldo Lopes, na frente.
Candidato de Pimentel, ele tinha 52,2% dos votos, contra
47,8% de Gleber Naime.
Reginaldo Lopes não comentou o pedido de intervenção.
Sua assessoria disse apenas que
a Executiva Estadual se reunirá
hoje no final da tarde e apresentará os motivos para a apuração ter sido paralisada.
Naime invocou a presença da
Executiva Nacional no processo por duas vezes. Na primeira,
anteontem, pediu acompanhamento, sem sucesso. Com a saída do seu grupo da comissão,
agora espera a intervenção.
No documento enviado à
Executiva, o grupo diz que "estão quebradas as relações de
confiança mútuas entre os dirigentes estaduais" e que "nem
mesmo persiste um clima de
urbanidade básico para o tratamento de diferenças". Até a
noite de ontem não havia uma
posição do Diretório Nacional.
Ontem, os que se denominam "Amigos do Pimentel",
que divulgam notícias e atos de
apoio à pré-campanha do ex-prefeito ao governo de Minas,
acusaram o grupo de Patrus de
"forjar" atas de eleição em Diretórios Municipais onde não
aconteceram eleições. O grupo
de Patrus nega as acusações.
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