São Paulo, quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Suspeita de fraude paralisa apuração no PT de Minas

Dois lados na disputa pelo comando do partido fazem acusações de irregularidades

Grupo de Patrus se retira de comissão eleitoral e pede intervenção de Executiva Nacional; racha enfraquece palanque de Dilma em 2010

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM BELO HORIZONTE


A apuração dos votos da eleição para presidente do PT de Minas Gerais foi paralisada por causa de recursos apresentados pelos dois lados da disputa -o grupo do ex-prefeito Fernando Pimentel e o do ministro Patrus Ananias, pré-candidatos ao governo mineiro.
Alguns recursos foram acompanhados de ocorrências policiais. Há acusações de fraudes e manobras de ambos os lados. Não há data para a apuração dos votos ser retomada.
O grupo de Patrus se retirou da comissão eleitoral, sob a alegação de que as supostas irregularidades no pleito podem alterar o resultado, e ontem pediu oficialmente intervenção da Executiva Nacional do PT.
O racha petista enfraquece o palanque eleitoral da ministra Dilma Rousseff no segundo maior colégio eleitoral do país e causa preocupação na Executiva Nacional. Antes mesmo de se eleger presidente nacional do PT, no mês passado, José Eduardo Dutra -que tomará posse em fevereiro- já dizia que a situação em Minas era preocupante.
As discórdias se acentuaram após Pimentel e seu grupo darem entrevista coletiva na última segunda se dizendo vitoriosos, quando apenas 68% dos votos estavam apurados. Em nota, Gleber Naime, apoiado por Patrus, repudiou o ato.
A última parcial de votos, divulgada na noite de segunda-feira, indicava o atual presidente da sigla, deputado federal Reginaldo Lopes, na frente. Candidato de Pimentel, ele tinha 52,2% dos votos, contra 47,8% de Gleber Naime.
Reginaldo Lopes não comentou o pedido de intervenção. Sua assessoria disse apenas que a Executiva Estadual se reunirá hoje no final da tarde e apresentará os motivos para a apuração ter sido paralisada.
Naime invocou a presença da Executiva Nacional no processo por duas vezes. Na primeira, anteontem, pediu acompanhamento, sem sucesso. Com a saída do seu grupo da comissão, agora espera a intervenção.
No documento enviado à Executiva, o grupo diz que "estão quebradas as relações de confiança mútuas entre os dirigentes estaduais" e que "nem mesmo persiste um clima de urbanidade básico para o tratamento de diferenças". Até a noite de ontem não havia uma posição do Diretório Nacional.
Ontem, os que se denominam "Amigos do Pimentel", que divulgam notícias e atos de apoio à pré-campanha do ex-prefeito ao governo de Minas, acusaram o grupo de Patrus de "forjar" atas de eleição em Diretórios Municipais onde não aconteceram eleições. O grupo de Patrus nega as acusações.



Texto Anterior: Questão agrária 2: Senador do PMDB vai presidir CPI do MST
Próximo Texto: Rio: Presidente do PT critica PMDB e teme por aliança com Cabral no Rio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.