São Paulo, sábado, 11 de fevereiro de 2006

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CORTE

Valor se refere à 2ª parcela da convocação, que teve desconto determinado pela Justiça

Congressistas devem receber R$ 1.500

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma liminar expedida ontem pela 17ª Vara da Justiça Federal de Brasília determina desconto quase integral da segunda parcela da convocação extraordinária do Congresso que será paga a deputados e senadores, equivalente a um salário deles, de R$ 12.847.
Na prática, a liminar poderá implicar o recebimento de apenas cerca de R$ 1.500. A primeira parcela, de R$ 12.847, foi paga no início da convocação, que começou em 16 de dezembro.
A decisão assegurou a remuneração até 19 de janeiro, quando entrou em vigor o decreto que proibiu o pagamento de salários extras nas convocações extraordinárias. Assim, vetou o pagamento de 27 dos 61 dias da convocação, que se encerra na próxima terça.
A decisão foi tomada em ação popular movida por parlamentares do PSOL contra o pagamento da segunda parcela. Pediram a suspensão integral, mas o juiz substituto da 17ª Vara, Rubem Lima de Paula Filho, autor da decisão, concedeu parcialmente a liminar, para o pagamento proporcional. Se não for cassada nas instâncias superiores, os congressistas receberão cerca de R$ 14.300 de salários extras relativos à convocação, em vez dos R$ 25.694 equivalentes às duas parcelas.
Logo após a edição do decreto legislativo, a consultoria legislativa da Câmara interpretou que a norma não poderia ser aplicada à atual sessão extraordinária, porque ela fora convocada antes. Ela alegou o "princípio da não-retroatividade", pelo qual "o direito ao pagamento da convocação já se encontrava consumado".
A diretoria-geral da Câmara informou que ainda não tinha sido informada oficialmente da decisão. Por isso, disse que não se manifestaria sobre recurso à liminar. O pagamento da segunda parcela, com ou sem descontos, ocorrerá no dia 14, no fim da convocação.
Pela terceira vez, fracassou a tentativa de forçar a presença de 51 parlamentares em plenário para que houvesse sessão na Câmara ontem. Com isso, as votações dos pedidos de cassação de Roberto Brant e Professor Luizinho vão atrasar mais uma semana. O PT foi um dos sete partidos que não ajudaram a dar quórum.
O número de sessões é utilizado para a contagem de prazos. Nos casos de Brant e Luizinho, são necessárias cinco sessões entre a data em que foi votado o processo pelo Conselho de Ética e a data em que eles serão julgados pelo plenário. Três sessões já foram contabilizadas. (ADRIANO CEOLIN)


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