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Congresso é ímã mesmo para derrotados
Parlamentares sem mandato circulam no Legislativo em busca de influência; alguns deles se envolveram em escândalos
Ex-presidente da Câmara,
Severino Cavalcanti (PP-PE)
é um dos ex-parlamentares
que continuam a ser vistos
com freqüência em Brasília
LETÍCIA SANDER
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mesmo sem mandato, um
grupo de ex-deputados continua a circular com desenvoltura no Congresso. Alguns têm
cargos na máquina pública, outros ainda conseguem exercer
influência política.
Deputado federal por três
mandatos, o candidato derrotado ao Senado Moroni Torgan
(PFL) é um deles. Ele podia voltar ao Ceará e ser reintegrado à
Polícia Federal como delegado,
mas continuou em Brasília.
Arrumou um CNE (Cargo de
Natureza Especial) na liderança do PFL, com salário de R$
7,5 mil. O pedido de nomeação
foi feito no fim do ano passado
pelo então líder do PFL na Câmara, deputado Rodrigo Maia
(RJ). "Como delegado e ex-presidente da CPI do Tráfico de
Armas, pode colaborar muito
com o partido", disse Maia.
Ex-presidente da Câmara
que renunciou após ser acusado de cobrar propina do dono
de um dos restaurantes da Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE) também é visto com freqüência em Brasília. Na semana passada, foi até recebido pelo atual presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Antes de entrar no gabinete
do petista, foi abordado por
três funcionários de Furnas
que pediam ajuda para impedir
a demissão de trabalhadores
terceirizados. "Vou ver o que
posso fazer", disse Severino,
que saiu da sala dizendo não ter
conseguido atender o pedido.
Ex-líder do PMDB, José Borba, que renunciou em 2005
suspeito de envolvimento com
o "mensalão", é outro visto com
freqüência no Congresso.
"Não saí da política, saí do
Congresso. Tem restos a pagar
[de emendas] que vêm se arrastando", afirmou.
Ex-assessor de José Janene
(PP-PR), também citado no escândalo do mensalão, João
Cláudio de Carvalho Genu também ainda trabalha na Câmara.
Segundo o último boletim administrativo da Casa, ele tem
um cargo CNE na liderança do
PP. No auge da crise do "mensalão", ele apareceu como sacador de dinheiro das contas do
Banco Rural.
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