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Palocci vê "nervosismo", mas diz que
importação fará ajuste no câmbio
Ex-ministro elogia fórmula de reajuste do mínimo e do funcionalismo do PAC
FLÁVIA MARREIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
O deputado Antonio Palocci
(PT-SP) detecta "um certo nervosismo com a excessiva valorização do câmbio". Mas, segundo o ex-ministro da Fazenda,
não se pode ministrar calmante: é "deixar vir a importação",
que o ajuste do câmbio, pelo comércio, "normalmente virá".
Ele se compadece das "preocupações" dos empresários
com o real forte -defende proteção para setores sensíveis,
mas a fé segue inabalável no
câmbio livre, "que é o que mais
ajuda o país". Não faz menção à
queda de juros. Aos reclamadores de mudança, lembra que alta do dólar também prejudicaria a renda do trabalhador.
As declarações de Palocci são
de anteontem, feitas depois de
cumprimentar um a um os 19
espectadores de sua palestra na
Casa do Saber -centro de estudos extracurriculares da classe
alta, em São Paulo. O tema: "A
Polêmica do Crescimento".
Mas para o petista há pouco
espaço para polêmica ou constrangimento (em 2005, sob seu
comando, a economia cresceu
2,3%, só mais que o Haiti).
Começa dizendo que o Brasil
"não está satisfeito". Mas há explicação: o país não cumpriu
itens da receita de sete pontos
para um crescimento de longo
prazo. Há os já alcançados, como controle de preços e fiscal
(sem inflação, nem alta nem
moderada, "que a experiência
mundial" prova que não funciona), e outros a trabalhar, como nível de investimento.
É quando ele cita o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), lançado no mês passado. Sem arroubos de entusiasmo, diz que o programa foca o
investimento -portanto faz
parte de sua receita- e traz medidas de impacto na diminuição do gasto público (outro
ponto da receita), como a fórmula para o reajuste do salário
mínimo e do funcionalismo
(mas pondera: "Não sei se essas
medidas serão aprovadas").
Palocci deixou o governo em
março de 2006, em meio a um
escândalo em que é acusado de
participar na violação do sigilo
bancário de um caseiro. Na sala, porém, não se mostraram
interessados nisso.
Plácido, ele continua o "moderado" -ele se descreveu assim- encantador de moderados, ortodoxos e antipetistas.
Aliás, os presentes também
quase se esquecem que ele é do
PT. Um senhor pergunta sobre
a proposta "antidemocrática"
de uma ala do "partido do governo", não o do ex-ministro,
de fazer plebiscitos sem passar
pelo Congresso. Palocci diz não
saber do tema. Explicam-no.
Ele opina: elogia plebiscitos,
mas adverte para riscos "de populismo". Não cita nomes nem
se contrapõe à idéia. Sai ileso.
Que venha a próxima pergunta.
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