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Mau uso nos EUA acaba em multa e cadeia
DANIEL BERGAMASCO
DE NOVA YORK
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
Entre kit de fabricação
de cerveja, TVs de plasma,
próteses de silicone e clubes de strip-tease, os Estados Unidos têm assistido
ao mau uso de cartões de
crédito corporativos. Mas,
sob vigilância crescente de
órgãos de transparência e
congressistas, as punições
vão de multa a cadeia.
Um funcionário do
Exército, condenado a oito
meses de prisão, teve de
devolver os US$ 61 mil
gastos com seu cartão em
compras como aparelhos
de áudio e vídeo.
Em 2004, Peter Sylver,
do alto escalão do condado
de Nassau, no Estado de
Nova York, foi a júri acusado de gastar US$ 4.700 de
seu cartão para fins pessoais e ainda de assediar
sexualmente uma funcionária. Por ter confessado
os crimes, foi condenado
só pelo assédio, a três anos
em liberdade condicional.
Russell Harding, alto
funcionário da Prefeitura
de Nova York na gestão de
Rudolph Giuliani, também foi levado a júri por
pagar despesas em resorts
com o cartão e comprar
presentes para os amigos.
Auditorias nas faturas
de cartões de funcionários
da Marinha, em 2002, e do
Departamento de Segurança Interna, em 2006,
mostraram abusos.
Os funcionários têm a liberdade de usar o cartão
para comprar itens que
julgarem necessários para
executar melhor a função.
Mas um funcionário da
guarda costeira comprou
um kit de fabricação artesanal de cerveja por US$
227. Por US$ 7.000, iPods
foram adquiridos por
agentes de serviço secreto.
De empregados da Marinha, vieram gastos com
roupas, cassinos, bares e
clubes de strip-tease. Um
deles pagou o silicone de
uma garçonete. Nos EUA,
o limite do cartão varia de
acordo com órgão e a função, mas pode passar dos
US$ 100 mil anuais.
Na Argentina
A extensa agenda de viagens da presidente Cristina Kirchner em 2007 gerou suspeitas sobre o mau
uso do dinheiro público e
virou objeto de investigação de ONGs e jornalistas.
A revista "Noticias" calculou em setembro que
uma viagem oficial à Alemanha e à Áustria da então candidata teria custado ao menos 840 mil pesos
(cerca de R$ 470 mil).
Cristina foi criticada por
suas viagens dispendiosas.
A cada viagem da então
primeira-dama, o ex-presidente Néstor Kirchner
emitiu decretos determinando que o Ministério
das Relações Exteriores
deveria assumir os custos.
O valor de todas as visitas de Cristina ao exterior
foi estimado em mais de
US$ 4,8 milhões. Só existem estimativas porque,
afirma a revista, os gastos
com viagens são "inacessíveis" e se transformaram
em "segredo de Estado".
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