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Filho de Sarney diz desconhecer gravações
Empresário investigado afirma que suposto grampo de conversa entre ele e o pai não está no inquérito
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES
O empresário Fernando Sarney, investigado pela Polícia
Federal na Operação Boi Barrica, disse ontem à Folha, em
Londres, que gravações feitas
pela Polícia Federal com acusações contra ele e divulgadas
nos últimos dias não aparecem
no inquérito a que teve acesso.
"Isso que vazou para a imprensa não aparecia nas fitas
do inquérito", disse o filho do
presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP).
Fernando também reclamou
das dificuldades para ter conhecimento do inquérito da PF
para se defender. "Agora tive
acesso, mas ele é tão grande
que ainda não conseguimos entender tudo", disse ele, o principal executivo das empresas
de comunicação da família Sarney no Maranhão.
Mesmo dizendo desconhecer as gravações divulgadas no
final de semana, o filho de Sarney afirmou que em nenhum
momento tratou de assuntos
envolvendo a Abin (Agência
Brasileira de Inteligência) ou
discutindo o uso de duas empresas de comunicação da família, a TV Mirante (afiliada da
Rede Globo) e o jornal "O Estado do Maranhão", para veicular
denúncias contra rivais na política maranhense que integram o grupo do atual governador, Jackson Lago (PDT).
"Em nenhum momento falei
sobre Abin. Tudo era uma conversa entre pai e filho. Não
houve nada para prejudicar
ninguém", afirmou Fernando.
"Isso foi feito contra o meu
pai e acabou me atingindo." Ele
disse estranhar que as fitas só
tenham aparecido às vésperas
da eleição para a presidência
do Senado. Fernando evitou falar em perseguição política à
sua família, mas afirmou que
isso não teve resultado, pois
seu pai foi eleito.
Vazamento
O ministro da Justiça, Tarso
Genro, afirmou que a PF não
vazou o suposto grampo telefônico de uma conversa entre
Sarney e seu filho. "Eu não sei
se o presidente Sarney foi
grampeado. O que posso dizer é
o seguinte: enquanto os processos estão sob a jurisdição e o
controle da PF, nem sei se essa
gravação existe. De lá não sai e
de lá não saiu, se é que essa gravação existe", disse, após audiência com Sarney no Senado.
Fernando está em Londres
desde domingo para chefiar a
delegação da seleção brasileira
que ontem enfrentou a Itália.
Antes do jogo, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol)
não divulgou nenhum compromisso oficial envolvendo o empresário, que está hospedado
no mesmo hotel dos jogadores.
O Hilton Park Lane tem diárias nos quartos mais simples
em torno de R$ 800.
Colaborou Sucursal de Brasília
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