São Paulo, quarta, 11 de fevereiro de 1998

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ENERGIA
Desempenho financeiro das ex-estatais energéticas do Rio de Janeiro melhora após privatização feita em 96
Apesar da crise, Light e Cerj lucram mais

CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio

Em contraste com a qualidade dos serviços, que vem sendo alvo de crescentes reclamações dos consumidores, os resultados financeiros da Light e da Cerj melhoraram sensivelmente após as suas privatizações, ocorridas, respectivamente, em maio e novembro de 1996.
Em 95, último ano no qual foi estatal do começo ao fim, a Light deu um prejuízo de R$ 116,5 milhões. Em 96, com sete meses sob gestão privada, a empresa obteve um lucro de R$ 173,3 milhões. Nos nove primeiros meses de 97, o lucro acumulado pela Light no ano já era de R$ 200,02 milhões.
Na Cerj, a reviravolta após a privatização foi ainda maior. Ela saiu de um prejuízo de R$ 257 milhões em 96, último ano sob gestão estatal, para um lucro de R$ 18,5 milhões acumulado de janeiro a setembro do ano passado.
Tanto a Light como a Cerj ainda não divulgaram seus lucros obtidos na totalidade do ano passado, mas a expectativa do mercado é de que eles serão bem maiores que os números obtidos até setembro.
O aumento do lucro não foi proporcional à satisfação dos consumidores. O ano de 1997 registrou um recorde de reclamações de consumidores contra a Light, com um total de 509 registradas até o dia 30 de dezembro. O número havia sido de 323 em 96 e de 102 em 95, antes da privatização.
Segundo Sérgio Malta, superintendente de Assuntos Institucionais da Light, uma das explicações para a melhoria dos lucros da empresa é que agora ela compra bem mais barato que comprava quando era estatal.
Ele disse que os lucros posteriores à privatização não são "extraordinários" em relação aos resultados anteriores. O prejuízo de 95 se deu, segundo Malta, porque a empresa detinha, na época, 48% de participação na Eletropaulo.
Sobre as reclamações ao Procon, Malta disse que, fora do período de crise do verão atual, o aumento se deu porque cresceu a consciência dos consumidores e aumentou a eficiência da Light em atendê-los.
A redução de pessoal foi uma das marcas da Light e da Cerj após as privatizações. Na Light, a equipe passou de 11 mil empregados em maio de 96 para 6.800 agora.
Malta disse que as demissões foram voluntárias, com incentivo, e que elas não afetaram a capacidade de execução de serviços de manutenção e reparos da empresa.
Segundo ele, além da equipe própria a Light está com 2.000 trabalhadores terceirizados.
A Cerj, que reduziu sua força de trabalho própria de 4.364 empregados para 2.300 de dezembro de 96 até agora, diz que não está com deficiência de pessoal técnico.



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