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São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2003

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PAINEL

Garfo afiado
FHC, em almoço sábado na Embaixada do Brasil em Paris, elogiou Lula, mas criticou o governo. O tucano considera que o maior erro de seu sucessor foi ter aumentado o superávit primário para 4,25% do PIB sem ganhar nada em troca do FMI.

Perdas e danos
Para FHC, Lula poderia ter discutido algum benefício com o FMI, como a liberação imediata de uma parcela maior do empréstimo negociado em 2002. "Ele entregou de mão beijada ao FMI o aumento do superávit."

Depois é muito tarde
José Dirceu (Casa Civil) ouvirá hoje de peemedebistas que o partido não aceitará participar da base do governo se não receber já um ministério.

Risco de inflação
Se o governo continuar insistindo em dar um ministério ao PMDB apenas no segundo semestre, o partido adotará uma postura de independência no Congresso, negociando com o Planalto em cada votação.

Guarda-chuva...
Oficialmente, o PFL continua a defender ACM com todas as suas forças. Até aceitou designar o baiano Rodolpho Tourinho para o Conselho de Ética do Senado. Demóstenes Torres (GO) e Paulo Octávio (DF) também foram indicados pelo partido.

...furado
Mas, na prática, o PFL quer livrar-se o mais rapidamente possível do problema. Tanto que fez que não ouviu quando ACM pediu para adiar para a semana que vem as indicações do partido para o Conselho de Ética, a fim de atrasar o processo.

Agora pode
Ministros da gestão FHC estranharam o silêncio do PT, que não deu bola para o fato de Gilberto Gil (Cultura) ter usado avião da FAB para deslocar-se no Carnaval. Em 99, quando Clóvis Carvalho (Casa Civil) fez o mesmo, petistas pediram na Justiça a restituição dos gastos.

Ah, bom!
No Carnaval, Gilberto Gil (BA) foi de Salvador a Recife e de Recife ao Rio pela FAB. O ministro da Cultura alega que fez as viagens em caráter oficial, já que foi convidado a participar das festas em PE e no RJ na qualidade de "ministro de Estado".

Radar petista
Três ministros telefonaram ontem a João Paulo para saber se há condições de o PL-9 ser aprovado imediatamente. O presidente da Câmara disse que sim, e o governo o autorizou a colocar na pauta o projeto, que enquadra os novos servidores no teto de aposentadoria do INSS, atualmente em R$ 1.561.

Convicções inabaláveis
A intenção de João Paulo é aprovar até a Semana Santa o PL-9 e as mudanças no artigo 192 da Constituição, que regulamenta o sistema financeiro nacional. Isso, naturalmente, se o governo não mudar mais uma vez de idéia sobre as suas prioridades para o primeiro semestre.

Promessa de campanha
Roberto Requião (PMDB) passou a campanha repetindo o bordão "Pedágio: ou baixa ou acaba". Até agora, após mais de dois meses de seu governo, a cobrança nas estradas do Paraná não baixou nem acabou.

Candidatura aberta
Roberto Freire sonha com a candidatura de Eduardo Jorge a prefeito de SP pelo PPS. O presidente do partido considera o ex-secretário da Saúde, demitido recentemente por Marta, "um dos melhores políticos do país".

Tensão no campo
Sessenta fazendeiros de Pitanga (PR) criaram no fim de semana o "Primeiro Comando", uma milícia para enfrentar o MST. Cada um ficou responsável por contratar dois "soldados".

Conhecimento de causa
O governador Eduardo Braga (PPS-AM) nomeou o cacique Bonifácio Baniwa para a Secretaria de Política Indigenista.

TIROTEIO

Do senador Osmar Dias (PDT), sobre o governo Lula:
- Lula está perdendo a oportunidade de fazer as coisas acontecerem. A expectativa criada foi muito grande, mas faltam realizações e a apresentação de um projeto estratégico de desenvolvimento para o país.

CONTRAPONTO

A bênção do barbeiro

Então presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, nos anos 60, Djalma Marinho conseguiu uma audiência com o papa Paulo 6º, no Vaticano.
Antes de embarcar, aproveitou que estava em sua cidade, Natal (RN), para cortar o cabelo. E ouviu do barbeiro, que era pai do bispo da região, um pedido:
- Djalma, por favor, quando falar com o papa, peça a ele uma bênção especial para mim.
O deputado consentiu. Semanas depois, já de volta a Natal, foi procurado pelo barbeiro.
- E aí, você pediu minha bênção especial? O que o papa falou?
Djalma havia esquecido da fazer o pedido, mas não perdeu a oportunidade para uma piada. Segurando o riso, o deputado disse que o papa pôs as mãos sobre sua cabeça e disparou:
- Peregrino, peregrino, diga quem foi o infeliz que cortou o seu cabelo!


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