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CASO SILVEIRINHA
Carrefour teve infrações de R$ 3,4 mi anistiadas pela ex-governadora; advogado da rede doou para campanha da petista
Gestão de Benedita cancelou 57 multas de supermercado
FERNANDA DA ESCÓSSIA
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
A rede de supermercados Carrefour Comércio e Indústria de
Alimentos teve todas as suas multas fiscais, no total de R$ 3,4 milhões, canceladas na gestão da governadora do Rio de Janeiro Benedita da Silva (PT).
Entre abril e dezembro de 2002,
época em que Benedita estava à
frente do governo, a Junta de Revisão Fiscal, órgão da Secretaria
de Fazenda, cancelou 57 autos de
infração contra o supermercado.
O presidente da junta à época
era Alfredo de Souza Plácido. Ele
será ouvido hoje pela "CPI do
Propinoduto", que investiga um
suposto esquema de corrupção
na Fazenda estadual.
Os deputados suspeitam que o
Estado possa ter beneficiado o supermercado. O advogado do Carrefour, Clóvis Sahione, doou R$
40 mil para a campanha de reeleição de Benedita, que foi derrotada
e hoje é ministra de Assistência e
Promoção Social.
"Isso mostra que há uma espécie de promiscuidade nessa questão das doações. O doutor Sahione doou para a campanha da Benedita. O objetivo era conseguir
simpatia do governo", disse o deputado Paulo Ramos (PDT).
Dos 57 autos de infração, 19 foram cancelados em um único dia
-13 de setembro-, no valor de
R$ 1,06 milhão, o equivalente a
31% do total das multas anistiadas. Empresas que doaram para a
campanha da atual governadora
Rosinha Matheus (PSB) também
tiveram multas canceladas pela
Junta de Revisão Fiscal durante o
governo de seu marido, Anthony
Garotinho (1999 a abril de 2002).
Na época, o presidente da Junta
era Jonathas Barbosa Pinheiro,
que já depôs à CPI e não soube explicar o motivo da anistia.
A Gerdau S.A. (maior doadora
de campanha de Rosinha, contribuindo com R$ 500 mil) teve R$
13,4 milhões em autos de infração
cancelados em março e abril de
2001. A Rio de Janeiro Refrescos
Ltda. (doadora de R$ 100 mil a
Rosinha) teve R$ 6,9 milhões
anistiados referentes a 11 infrações lavradas nos meses de setembro e novembro de 2001.
Além de Rosinha, a Rio de Janeiro doou também R$ 100 mil
para a campanha do candidato
derrotado ao governo do Rio, Jorge Roberto Silveira (PDT). A empresa ainda teve mais R$ 468 milhões de multas anistiadas em dezembro de 2002, durante o governo de Benedita da Silva (PT), após
um parecer favorável dado no governo de Garotinho.
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