São Paulo, quarta-feira, 11 de março de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Um tom abaixo

No dia em que foi anunciada queda de 3,6% do PIB no último trimestre de 2008, Lula moderou seu otimismo habitual e disse ao "Wall Street Journal" esperar que a crise no Brasil se estenda até o segundo semestre. Mas o presidente manteve a avaliação de que o crescimento não será negativo em 2009, ao contrário do que já especulam muitos economistas.
Na entrevista ao jornal norte-americano, a ser publicada na sexta, Lula pouco falou de política e não mencionou sua pré-candidata à sucessão, Dilma Rousseff. Quando lhe perguntaram se pretende agir como mediador entre EUA e Venezuela, saiu-se com uma tirada bem-humorada: "Vou falar bem do Chávez para o Obama e bem do Obama para o Chávez".



No ar. Em Nova York, Lula dará entrevista ao programa "GPS", da CNN, ancorado pelo badalado jornalista Fareed Zakaria, editor da "Newsweek" e autor do best-seller "O Mundo Pós-Americano". A emissora vai montar um estúdio no hotel Plaza, onde o presidente ficará hospedado.

Delay. Quando Guido Mantega previa crescimento de 4,5%, a maioria dos analistas falava em metade disso. Ao rever seu palpite para algo em torno de 2%, o ministro da Fazenda fez dispararem as apostas de crescimento negativo.

Digital. O saco de bondades incluído na MP 449, que na origem refinanciava dívidas de até R$ 10 mil com a União, tem a mão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O relator, Tadeu Filippelli (PMDB-DF), integra o grupo do deputado, que o colocou na presidência da CCJ e ajudou no parecer.

No vácuo. A assessoria técnica do DEM na Câmara prepara um parecer contrário à MP seguinte, de número 450, que trata de recursos para o setor elétrico (leia-se, para obras do PAC). O relator da matéria é Eduardo Cunha.

Auxílio-creche. O deputado Aldo Rebelo (PC do B-AL) vai apresentar projeto estabelecendo a licença-maternidade progressiva: de seis meses no primeiro filho, um ano no segundo, dois anos no terceiro e aposentadoria compulsória no quarto. "Temos de povoar a Amazônia antes que outros o façam", justifica.

Para ontem 1. Em jantar com sete senadores do PSDB, mais Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), FHC voltou a defender que os tucanos lancem logo candidato para enfrentar o bloco na rua de Dilma Rousseff, e disse que José Serra é a melhor opção.

Para ontem 2. FHC previu que a ministra não demora a ultrapassar Aécio Neves nas pesquisas. Ressalvando que o PSDB não pode tratorar o mineiro, disse que é hora de convencê-lo a desistir das prévias. E que deve ir a Minas em breve para uma conversa.

Pop. Depois de ganhar o aval das correntes petistas "Novo Rumo" e "Articulação de Esquerda", Dilma será a estrela de reunião, dia 21 no Rio, da Mensagem ao Partido, ala comandada por Tarso Genro.

Repúdio. O Congresso fará protesto hoje, liderado por Zenaldo Coutinho (PSDB), contra o arcebispo de Recife, que defendeu a excomunhão dos médicos e da mãe da menina que abortou gêmeos, após estupro, em Alagoinha.

Visitas à Folha. Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava com Antonio Carlos Borges, diretor-executivo.

Marcos Fábio de Oliveira Nusdeo, procurador-geral do Estado de SP, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Carlos José Teixeira de Toledo e Marcelo de Aquino, procuradores, Eduardo José Fagundes e Paola de Almeida Prado, procuradores-assistentes, e Sylvio Montenegro, assessor de imprensa.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"O Banco Central age como um médico que espera o paciente entrar em colapso para só então lhe dar remédio e correr atrás do enorme prejuízo, como se não houvesse outra maneira de descobrir que ele estava doente."

De JOSÉ SERRA , sobre reunião do Copom para definir a taxa de juros.

Contraponto

Mínima ideia

Em agosto de 1984, Fernando Lyra telefonou para Tancredo Neves dizendo que tivera "uma ideia brilhante".
-Chego a Brasília na quarta e almoçamos. Me espere no Hotel Nacional- respondeu o candidato a presidente.
Na data marcada, Lyra foi logo explicando sua ideia.
-Pare de falar sobre isso- cortou Tancredo, lacônico.
Lyra insistiu durante todo o almoço, até que ouviu:
-Pare, Fernando. Ideia muito boa ou muito ruim não se pensa. Telepatia existe.
Três dias depois, Tancredo começou a fazer exatamente o que o colaborador lhe havia sugerido. "Porém", conta o ex-ministro da Justiça em livro a ser lançado na próxima semana, "a força do "pare, Fernando" foi tão grande que não consigo me lembrar até hoje qual foi a tal ideia".


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