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Mulheres sem terra fazem ato no STF; polícia prende 7 no Sul
Em Brasília, manifestantes criticaram o presidente do Supremo, Gilmar Mendes
No Rio Grande do Sul, polícia
desmontou acampamento e
indiciou 7 supostos líderes
da destruição de eucaliptos,
que foram liberados à tarde
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Cerca de 250 mulheres da
Via Campesina protestaram
ontem em frente ao Supremo
Tribunal Federal. As manifestantes -as mesmas que um dia
antes quebraram os vidros da
entrada do Ministério da Agricultura- focaram suas críticas
no presidente do STF, Gilmar
Mendes, que tem atacado as
ações dos sem-terra e os repasses de verbas às suas entidades.
Enquanto isso, a polícia gaúcha desmontou o acampamento de mulheres da Via Campesina que invadiram uma fazenda
da Votorantim Celulose e Papel
em Candiota (RS) e indiciou
seis mulheres e um homem sob
acusação de invasão de propriedade e danos ao patrimônio. Os sete suspeitos de liderar
a ação que destruiu um hectare
de eucaliptos na segunda-feira
foram presos pela Brigada Militar ontem de manhã, levados à
delegacia e liberados à tarde depois de prestar depoimento.
A polícia desmontou o acampamento erguido na noite anterior ao lado da fazenda Aroeira,
da Votorantim, por volta das
8h, e identificou 537 pessoas,
sendo 120 crianças e adolescentes. Foices, facões e machados foram apreendidos. "A polícia cercou o acampamento,
destruiu barracos, separou as
crianças e revistou as mulheres. Foram truculentos", disse
Ana Soares, da Via Campesina.
A maioria dos manifestantes
foi levada em ônibus para um
ginásio esportivo de Candiota.
A marcha que promoveriam e
que deveria chegar hoje ao município de Bagé foi cancelada.
Em Porto Alegre, cerca de
mil mulheres da Via Campesina promoveram uma marcha
pelo centro da cidade. Com panelas vazias, elas foram até a
superintendência do Banco do
Brasil para protestar contra as
medidas adotadas pelo governo
federal para combater a crise.
Em Pernambuco, agricultoras do MST invadiram ontem
os escritórios da Codevasf em
Petrolina e Petrolândia para
exigir investimentos no abastecimento de água a assentados.
Uma agência da Celpe em Petrolândia também foi invadida
ontem, segundo a PM.
As cerca de 600 mulheres e
40 crianças da Via Campesina
que invadiram terras da Cosan
em Barra Bonita (SP) na segunda seguiam ontem no local,
apesar de a Justiça ter ordenado reintegração de posse. Os invasores da fazenda Campo Verde, em Branquinha (AL), também continuavam no local.
Colaborou a Agência Folha
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