São Paulo, quarta-feira, 11 de março de 2009

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Mulheres sem terra fazem ato no STF; polícia prende 7 no Sul

Em Brasília, manifestantes criticaram o presidente do Supremo, Gilmar Mendes

No Rio Grande do Sul, polícia desmontou acampamento e indiciou 7 supostos líderes da destruição de eucaliptos, que foram liberados à tarde


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Cerca de 250 mulheres da Via Campesina protestaram ontem em frente ao Supremo Tribunal Federal. As manifestantes -as mesmas que um dia antes quebraram os vidros da entrada do Ministério da Agricultura- focaram suas críticas no presidente do STF, Gilmar Mendes, que tem atacado as ações dos sem-terra e os repasses de verbas às suas entidades.
Enquanto isso, a polícia gaúcha desmontou o acampamento de mulheres da Via Campesina que invadiram uma fazenda da Votorantim Celulose e Papel em Candiota (RS) e indiciou seis mulheres e um homem sob acusação de invasão de propriedade e danos ao patrimônio. Os sete suspeitos de liderar a ação que destruiu um hectare de eucaliptos na segunda-feira foram presos pela Brigada Militar ontem de manhã, levados à delegacia e liberados à tarde depois de prestar depoimento.
A polícia desmontou o acampamento erguido na noite anterior ao lado da fazenda Aroeira, da Votorantim, por volta das 8h, e identificou 537 pessoas, sendo 120 crianças e adolescentes. Foices, facões e machados foram apreendidos. "A polícia cercou o acampamento, destruiu barracos, separou as crianças e revistou as mulheres. Foram truculentos", disse Ana Soares, da Via Campesina.
A maioria dos manifestantes foi levada em ônibus para um ginásio esportivo de Candiota. A marcha que promoveriam e que deveria chegar hoje ao município de Bagé foi cancelada.
Em Porto Alegre, cerca de mil mulheres da Via Campesina promoveram uma marcha pelo centro da cidade. Com panelas vazias, elas foram até a superintendência do Banco do Brasil para protestar contra as medidas adotadas pelo governo federal para combater a crise.
Em Pernambuco, agricultoras do MST invadiram ontem os escritórios da Codevasf em Petrolina e Petrolândia para exigir investimentos no abastecimento de água a assentados. Uma agência da Celpe em Petrolândia também foi invadida ontem, segundo a PM.
As cerca de 600 mulheres e 40 crianças da Via Campesina que invadiram terras da Cosan em Barra Bonita (SP) na segunda seguiam ontem no local, apesar de a Justiça ter ordenado reintegração de posse. Os invasores da fazenda Campo Verde, em Branquinha (AL), também continuavam no local.


Colaborou a Agência Folha


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