DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS
DO PAINEL

A Polícia Federal do Maranhão vai indiciar ainda nesta semana políticos e empresários aliados da família Sarney que estão sob suspeita de fraudar em cerca de R$ 1,5 milhão um projeto da extinta Sudam. Entre os indiciados devem estar o deputado estadual Camilo Figueiredo (PSD), aliado dos Sarney, e seu pai, Benedito Figueiredo, ex-prefeito de Codó (MA), que são os responsáveis pela instalação da Ráfia do Maranhão.
O projeto previa a criação de uma fábrica de sacos para embalar arroz, mas teria sido desviado cerca de R$ 1,5 milhão dos R$ 2 milhões liberados pela Sudam.
A Ráfia foi aprovada em reunião presidida pela ex-governadora Roseana Sarney (PFL-MA) em dezembro de 1999, a mesma que deu o aval para a instalação do projeto Usimar -que consumiu R$ 44 milhões e não saiu do papel.
O delegado que preside o inquérito, Deuselino Valadares, é o mesmo que atua no caso Usimar e que assinou a intimação levada no último domingo a Roseana.
De acordo com ele, outros empresários e possivelmente ex-fiscais da Sudam também serão indiciados no caso. O inquérito será enviado então ao Ministério Público Federal, que decidirá se oferece denúncia à Justiça.
"Sou amigo do senador Sarney desde menino. Trabalho politicamente para o grupo Sarney e recebo apoio deles", afirmou Benedito Figueiredo. Ele nega ter ocorrido "interferência política" para a liberação dos recursos. Segundo ele, o projeto não foi concluído porque a Sudam suspendeu o repasse de recursos.
A família Figueiredo controla dez projetos que receberam cerca de R$ 57 milhões da Sudam e também da extinta Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste).



Texto Anterior: Rombo amazônico: Jader consegue desbloquear suas contas
Próximo Texto: Caixa dois: Investigação de caso Taniguchi é prorrogada
Índice