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São Paulo, sexta-feira, 11 de abril de 2003

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PAINEL

Pombo-correio
O Planalto quis dar um recado a Aécio Neves ao não chamá-lo para a reunião na qual governadores receberam de Palocci Filho (Fazenda), José Dirceu (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Previdência) o documento-base da reforma tributária: "Se não se comportar, não terá ajuda".

Nariz torto
Aécio integrava uma lista inicial de governadores a serem convidados para a reunião sobre as reformas. Lula decidiu excluí-lo após o tucano ter criticado o governo, reclamando que estaria criando obstáculos a Minas. Aécio diz que o fato não o incomodou: "Isso é o de menos..." .

Memória fraca
O Planalto considera que Aécio foi "ingrato", ao reclamar de "decisões tecnicistas" do governo. Diz que o governador tucano se esquece de que, durante a transição, se não fosse a ajuda de Lula, o Estado teria enfrentado dificuldades para pagar o 13º salário do funcionalismo.

Pérola de neo-aliado
O ex-tucano Pedro Henry, em reunião de líderes, leu o seguinte texto, que atribuiu a Nostradamus: "No terceiro ano do terceiro milênio um anjo barbudo (...) reconhecido por não possuir seus membros superiores totalmente completos descerá à Terra e implantará a igualdade sobre um povo sofrido".

Investigação
O advogado de Wilma Faria (RN) ofereceu ontem a Geraldo Brindeiro (Procuradoria Geral) uma procuração dela autorizando-o a vasculhar a suposta conta no banco suíço Tempus Private Bank. A governadora nega a acusação de evasão de divisas.

Sono profundo
Paulo Hartung (PSB-ES) respondeu a Paulo Souto (PFL-BA), que diz que a moqueca baiana é melhor do que a capixaba: "Paulo Souto vai ter de levar 28 redes à reunião -uma para o Lula e uma para cada governador. Depois de moqueca com dendê, ninguém trabalha".

Teste do dólar
No próximo dia 15 vencerão cerca de US$ 1,3 bilhão em títulos da dívida externa do Brasil. Se a cotação do dólar não subir, será um sinal de que é consistente a melhora da economia, tão propalada pelo Planalto.

Mistério cinematográfico
Um empresário conhecido pelo apelido de Charles Bronson circulou nos últimos dias pelo Senado. Pretendia conversar com parlamentares do Conselho de Ética, que analisa o caso dos grampos ilegais.

Fronteira quente
Governadores do NO vão se reunir hoje com Lula e os presidentes da Bolívia e do Peru para discutir formas de combater o narcotráfico e o comércio ilegal de madeira brasileira.

Palanque no ar
Já em campanha à reeleição, a prefeita Marta Suplicy (PT-SP) tem concedido longas e frequentes entrevistas ao programa de Paulo Barboza, um dos mais populares radialistas da cidade de São Paulo.

Fora de hora
Hélio Costa (PMDB) enviou carta a Aloizio Mercadante (PT) afirmando que aceitará ser vice-líder de Lula no Congresso apenas depois que o PMDB fechar acordo com o governo. Na segunda, o senador havia discursado no plenário como se já tivesse assumido o cargo.

Lei do silêncio
Em reunião da bancada do PMDB no Senado, anteontem, Hélio Costa foi desautorizado pelo líder, Renan Calheiros, por ter discursado como vice-líder. O mineiro desculpou-se com o argumento de que achava que o acordo já tinha sido fechado.

Na escola
O slogan da campanha do programa Brasil Alfabetizado -"Faça um gol de letras"- foi doado ao governo pela agência OM, Loducca. A criação é do publicitário Oliveiros Marques.

TIROTEIO

Da senadora Ideli Salvatti (PT-SC), sobre as críticas feitas pelo senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) aos cem primeiros dias do governo Lula:
- Talvez a principal obra de Lula tenha sido a de deixar, pela primeira vez na história, o PFL cem dias fora do poder.

CONTRAPONTO

Fórmula mágica

Três ministros de Lula -José Dirceu (Casa Civil), Antonio Palocci Filho (Fazenda) e Ricardo Berzoini (Previdência)- reuniram-se ontem com cinco governadores: Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Germano Rigotto (PMDB-RS), Paulo Hartung (PSB-ES), Ronaldo Lessa (PSB-ES) e Zeca do PT (PT-MS).
A intenção da reunião, convocada pelo Planalto, era discutir as reformas tributária e da Previdência Social.
No meio da conversa, os governadores questionaram Palocci sobre o aumento concedido na véspera ao funcionalismo.
Rigotto pediu mais detalhes sobre os índices de reajuste.
-É simples, reajuste linear de 1%, abono aos servidores...
O gaúcho interrompeu Palocci e, arrancando risos, provocou:
- Espera um pouco que eu vou anotar tudo para fazer igual no RS. Assim, o PT de lá, que é oposição, não poderá reclamar.


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