São Paulo, domingo, 11 de abril de 2004

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PAINEL

Espionagem flagrada
Varredura feita em gabinetes do Ministério da Previdência detectou uma escuta na sala do assessor especial Alexandre Dupeyrat. No local, são discutidos os milionários contratos da pasta. O gabinete do ministro Amir Lando estava limpo.

Morreu velho
Lando recorreu a uma empresa privada para fazer a varredura nos gabinetes de seu ministério. Poderia, se quisesse, ter recorrido à Polícia Federal ou aos especialistas da Abin, o serviço de inteligência do governo.

Efeito Waldomiro
Mesmo para assuntos triviais, os inquilinos do Palácio do Planalto têm preferido marcar encontros pessoais a jogar conversa fora ao telefone.

Conta espetada
Os ruralistas da base de apoio do governo apresentaram a fatura para futuras votações no Congresso: R$ 300 mi, dinheiro que está sendo exigido pelos usineiros por conta da equalização dos preços do álcool.

Bônus agrário
Os sem-terra da Bahia se mostraram mais colaborativos que seus dirigentes nacionais na negociação do acordo para desocupar a Veracel. De quebra, arrancaram do governo estadual a promessa da construção de um alambique em assentamento.

Parceiro estratégico
Do tucano mineiro Aécio Neves, que articula uma reunião de governadores para o dia 26, a Lula: "O presidente não tem que temer reunião conosco, pois o que ele construiu de mais positivo até agora, as reformas, foi com apoio dos Estados".

Sem reação
A crise nas relações dos Estados com o poder federal chegou também aos aliados do Planalto. "Está confuso [o governo], bate cabeça e está paralisado. É pequena a capacidade de dar respostas", reclama o capixaba Paulo Hartung (PSB).

Fora da lista
Após o 11 de setembro, o Planalto assumiu custos decorrentes de eventuais ataques terroristas a aviões brasileiros. Agora, corrigiu rota: o seguro não vale em caso de guerra entre as potências nucleares EUA, China, Rússia, França e Inglaterra.

Água fresca
Ora maltratado pelas pesquisas, Lula não se incomodaria de repetir FHC em pelo menos um aspecto: o refresco de popularidade obtido pelo tucanos nas duas eleições municipais realizadas em seus oito anos período na Presidência da República.

Água fresca 2
A série histórica de diferentes institutos mostra que a aprovação a FHC subiu nas campanhas de 1996 e 2000. Salvo acidente, o eleitor não dedica atenção simultânea à disputa municipal e ao que se passa em Brasília. A mídia muda de assunto, e o presidente respira aliviado.

Tom pastel
Nem recém-casada, nem mãe de roqueiro. Na tentativa de suavizar a imagem da prefeita de São Paulo, que amarga expressiva taxa de rejeição, a marquetagem petista quer realçar o personagem Marta Suplicy, a avó.

Ilha de Caras
Para alegria dos comunicólogos da empreitada reeleitoral, Marta, que já tem dois netos, ganhará outro durante a campanha, fruto da união de seu filho mais novo, João, com a apresentadora de TV Maria Paula.

Boleto vencido
O Banco do Brasil está três meses atrasado no pagamento de parte de seus contratos com publicidade. A promessa era quitar o débito no último dia 31. A instituição, no entanto, decidiu protelar o acerto da conta.

TIROTEIO

Do tucano Arthur Virgílio, sobre a defesa que Aloizio Mercadante (PT-SP) fez de Lula, ao rebater críticas de FHC:
-Ele diz que FHC fez um apagão, mas esquece que o governo Lula é um apagão; diz que o Brasil cresceu pouco em oito anos, mas omite que o PT fez o PIB zero; que abafou CPIs, mas esconde que o governo decretou o fim institucional das CPIs como forma de investigação.

CONTRAPONTO

Passando o bastão

Há pouco mais de duas semanas, a cúpula do PFL foi a Belo Horizonte (MG) para uma homenagem do Instituto Tancredo Neves, órgão vinculado ao partido, ao deputado Luiz Eduardo Magalhães, morto ainda jovem, aos 43 anos, em 98.
A homenagem uniu desafetos dentro do partido. O presidente do PFL, Jorge Bornhausen, estava ao lado do pai do ex-deputado, o senador Antonio Carlos Magalhães (BA).
Em discurso, ACM disse que se Luiz Eduardo estivesse vivo, teria mudado a história do país. O deputado chegou a ser cotado para a sucessão de FHC.
O senador ressaltou, porém, que talvez o destino venha a colocar nas mãos de outro jovem "essa responsabilidade".
Ao encerrar, ACM contornou a cadeira onde estava o governador Aécio Neves (PSDB-MG) e comentou com astúcia:
-Este jovem foi para você!


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