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Deputados decidem que não vão trabalhar às segundas
Líderes alegam que parlamentares precisam do dia para visitar bases eleitorais
Na reunião, os deputados reafirmaram a intenção de aumentarem seus salários de R$ 12.847 para R$ 16.250 depois da votação das MPs
RANIER BRAGON
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Reunidos ontem para tratar
dos projetos prioritários do
Congresso, os líderes partidários na Câmara dos Deputados
decidiram que não vão mais
realizar votações às segundas-feiras, o que ressuscitará a tradição segundo a qual a Casa só
"funciona" de terça a quinta.
No mesmo encontro, os deputados consolidaram a intenção de aprovar o aumento de
seus próprios salários de R$
12.847 para R$ 16.250 assim
que o plenário conseguir votar
as medidas provisórias que têm
prioridade na tramitação. Hoje,
a Mesa da Câmara se reúne e
deve discutir o aumento da verba para que deputados contratem assessores, de R$ 50,8 mil
para R$ 65,1 mil ao mês.
"Se chegar na segunda-feira
nos gabinetes dos Estados, têm
pedidos numerosos de audiências. Seria até mais cômodo o
deputado ficar de segunda a
sexta em Brasília, distante da
base que o pressiona", justificou o líder da bancada do PT,
deputado Luiz Sérgio (RJ), sobre a volta da "semana de três
dias". Pelo acordo, as votações
de segunda serão realizadas nas
manhãs de terça.
As votações nas segundas foram introduzidas pelo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Até então, prevalecia a tradição de reservar as
segundas e sextas para que os
deputados voltem aos Estados.
"Isso dá aos deputados a
oportunidade de trabalhar nos
seus municípios. Deputado que
é eleito e que não volta às suas
bases é deputado de um mandato só", disse Jovair Arantes
(GO), líder da bancada do PTB.
Outro assunto discutido na
reunião foi o número de assessores que cada gabinete partidário da Câmara terá. Hoje são
982, com salários que chegam a
R$ 8.219, mas os deputados
acham pouco e disseram que o
"cobertor ficou curto" após o
corte de assessores feito em
2006 na gestão de Aldo Rebelo
(PC do B-SP). Vários partidos
não aceitam perder assessores
-e os nanicos também querem
cargos. Nova reunião tratará do
assunto na semana que vem.
Na parte da reunião que cuidou de projetos, houve consenso sobre a criação de uma nova
proposta de reforma política,
que englobaria as propostas
hoje em tramitação.
Em relação à proposta de
emenda à Constituição que dificulta a prática do nepotismo
no serviço público, quase todos
os líderes partidários manifestaram intenção de votar o texto
nas próximas semanas.
Na Câmara, já há restrição
para contratação de parentes
para determinados cargos.
Nesse grupo, insere-se o caso
do ex-enteado do deputado
Virgílio Guimarães (PT-MG),
que ocupa um cargo não-concursado na presidência da Câmara (com salário de R$ 6.063).
O posto está incluído na restrição antinepotista. Virgílio diz
que o responsável pela contratação foi o ex-presidente da Câmara João Paulo (PT-SP).
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