São Paulo, quarta-feira, 11 de abril de 2007

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Guerra comercial

Em submanchetes do FT.com ao NYT.com, "China ataca EUA", em reação aos processos abertos nas áreas de cinema, games etc. A China avisou que "afetam seriamente" as relações. O WSJ.com não levou a sério as ameaças chinesas e, mais importante, destacou que o superávit comercial chinês segue em alta -ao contrário do que anunciou Pequim, supostamente para aplacar a onda antichinesa em Washington.
Mas o "NYT" já alerta em editorial contra uma "guerra comercial aberta" em que "todos vão perder".

CHINA NO BRASIL
Do site americano Strategic Forecasting, com informações de "inteligência", à estatal Agência Brasil, passando pela manchete do "Valor" de ontem, a atração geopolítica do dia no Brasil foi a presença do vice das relações exteriores da China. Ele veio "avaliar a relação entre os dois países e dar impulso à cooperação".

E NA AMÉRICA LATINA
O site da "Economist" adiantou longa reportagem sobre a "crescente relação de energia" da China com a América Latina. O país investe em acordos com a Petrobras e em infra-estrutura, o que "indicaria que vê o Brasil como fonte mais conveniente, mas gastos crescentes na Venezuela podem diversificar as fontes".

Reuters
No "NYT", Chávez e Ahmadinejad juntos

"SHOWDOWN"
A Venezuela marcou para 1º de maio um "showdown", um confronto ou hora de mostrar as cartas, com as empresas de petróleo ocidentais, entre elas as duas gigantes americanas, Exxon Mobil e ConocoPhilips.
É o que anuncia o "New York Times", em um título gritante -e com avaliações na linha "Hugo Chávez é uma ameaça maior à segurança energética da América do que Saddam Hussein jamais foi". E também com foto de Chávez junto ao presidente do Irã. Dia 1º é o prazo do "plano ambicioso de retomar o controle de grandes projetos de petróleo".
E ontem, diz a AP, a secretária de Estado, Condoleezza Rice, falando sobre Chávez, afirmou que "os EUA têm uma agenda positiva para a América Latina, e não é em resposta à agenda negativa de ninguém contra os EUA".

ACORDO LIMITADO
Do indiano "Economic Times" às agências de notícias por todo lado, fala-se em Rodada Doha uma vez mais.
Mas o "WSJ" avisa em dois textos que, se tanto, as conversas vão resultar num "acordo limitado" ou, pior, em mais "declarações otimistas" na saída do G4 (EUA, Europa, Brasil e Índia). O jornal responsabiliza a política "especialmente nos EUA e França".

OBJETIVO MODESTO
A agência Reuters registra, em despacho desde Washington, que representantes da indústria dos EUA vêm ao Brasil nesta semana para tentar convencer a Fiesp a abraçar um "esforço por profundos cortes nas tarifas industriais", na Rodada Doha. Noutro despacho, da Índia, "uma fonte industrial" previu avanço em "produtos específicos", nada demais, "objetivo modesto".

Sylwia Kapuscinski - nytimes.com

Nas páginas iniciais dos EUA, as jogadoras e sua treinadora, esta em lágrimas, atacadas pelo radialista

RACISMO LÁ
Não é de hoje que Don Imus, radialista conservador de Nova York, de emissora AM da CBS, reproduzido também pelo canal MSNBC, recorre a tiradas preconceituosas.
Mas ele exagerou e, quarta passada, chamou as jogadoras de basquete de uma universidade de "nappy-headed ho's", putas de cabelo pixaim, em tradução livre. Pediu desculpas, a CBS pediu desculpas, até a NBC, dona do MSNBC -e parecia que a coisa, mais uma vez, seria esquecida. Não foi. Por insistência da concorrente CNN e reação um pouco tardia, mas vigorosa, do "NYT" e do "Washington Post", ele tem chances de não escapar dessa se dizendo politicamente incorreto.

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@ - Nelson de Sá


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