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Governo promete recursos a aliados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os partidos aliados ao presidente Fernando Henrique Cardoso decidiram obrigar os parlamentares a votarem a favor da
medida provisória que fixou o salário mínimo em R$ 151. A votação no Congresso estava marcada
para ontem à noite.
Antes da sessão, deputados de
oposição admitiam que o governo venceria. Mesmo com a pressão do governo, os aliados reconheciam que haveria dissidências
na votação.
O governo prometeu liberar recursos orçamentários para obras
sugeridas pelos parlamentares e
para convênios e ameaçou demitir afilhados políticos dos dissidentes para garantir a aprovação.
A mobilização governista começou às 8h30, com um café da
manhã, no Palácio da Alvorada,
que reuniu FHC, ministros políticos e líderes dos partidos aliados.
O PMDB não compareceu.
FHC demonstrou preocupação
aos presentes diante da possibilidade de ser grande o número de
dissidentes na base governista.
Segundo a Folha apurou, FHC
reafirmou que só haveria dois caminhos para os integrantes de
partidos aliados: ou ficam no governo e votam com ele ou deixam
de ser governo. Para o presidente,
os dissidentes deveriam até sair
dos partidos governistas e procurar os de oposição.
Em tom de desabafo, FHC disse
que estava cansado de todas as vezes ficar brigando para manter a
base aliada unida em torno de
projetos de interesse do Executivo. Segundo ele, era preciso dar
um basta na dissidência.
Escutavam o presidente o ministro da Fazenda, Pedro Malan, o
presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e os líderes governistas Aécio Neves (PSDB), Arnaldo
Madeira (Câmara) e José Roberto
Arruda (Senado).
À tarde, os líderes completaram
a ofensiva no Congresso retirando infiéis de comissões técnicas
importantes e ameaçando com
punições partidárias que vão de
advertência a expulsão.
O PSDB ameaçou abrir processo contra os dissidentes no conselho de ética do partido. O PMDB e
o PFL abriam uma disputa para
ver que partido seria mais fiel ao
presidente na sessão.
A executiva do PFL se reuniu
ontem e não fechou questão a favor do mínimo do governo, mas
recomendou o voto a favor. O
partido liberou três parlamentares da bancada baiana a votar
contra o governo a pedido do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Ministros e governadores telefonaram para os parlamentares
pedindo votos. Os deputados peemedebistas Gastão Vieira (MA) e
Luiz Bittencourt (GO), por exemplo, foram procurados pelo ministro dos Transportes, Eliseu Padilha (PMDB), que apelou pela
unidade do partido.
O principal trabalho da oposição ontem era estabelecer uma estratégia que garantisse a votação
da proposta de um salário mínimo de R$ 177, mesmo prevendo
derrota. Pelo regimento do Congresso, a preferência para votação
é da proposta do relator que fixa o
mínimo em R$ 151.
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