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FAZENDEIRO DO AR
Acusada de desvio de verba, mulher de Jucá deve recorrer da decisão
Bens de prefeita ficam indisponíveis
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
A Justiça de Roraima decretou a
indisponibilidade dos bens da
prefeita de Boa Vista, Maria Teresa Jucá (PPS), em razão de uma
ação do Ministério Público Estadual em que ela é acusada de desvio de dinheiro público. Cabe recurso à decisão judicial.
Na ação civil pública, a prefeita
-mulher do ministro da Previdência Social, Romero Jucá- é
acusada de ter pagado nos últimos três anos R$ 4.957.392,73 por
serviços de coleta de lixo não realizados. A Promotoria deu entrada na ação após um empresário
que teria participado do suposto
esquema denunciar a fraude.
O esquema de desvio de dinheiro público, de acordo com a ação,
teria beneficiado a empresa F.
Paulo Lucena Cabral, vencedora
de uma licitação em 2001 para
realizar a limpeza urbana de 18
bairros da capital do Estado.
Apesar de a empresa ter sido
contratada, quem realizou o serviço na área, ainda de acordo com
a Promotoria, foi a própria Prefeitura de Boa Vista -que, mesmo
assim, pagou à F. Paulo Lucena
Cabral R$ 4.957.392,73.
O proprietário da empresa,
Francisco Paulo Lucena Cabral,
também sofreu bloqueio de seus
bens. Além dele e da prefeita, Alberto Elioni Leitão, funcionário
da prefeitura responsável pela
execução fiscal dos contratos de
limpeza pública da administração
municipal, também teve os bens
bloqueados pela Justiça.
Na decisão, o juiz Cesar Henrique Alvez, da 2ª Vara Cível de Boa
Vista, afirma que o bloqueio dos
bens tem por finalidade evitar a
"dilapidação do patrimônio dos
requeridos, o que dificultaria em
muito eventual ressarcimento do
erário público municipal".
O suposto esquema de desvio
de dinheiro público na prefeitura
não é o primeiro caso de possível
irregularidade envolvendo o nome de Teresa Jucá. Segundo o Ministério Público de Roraima, funcionários contratados para trabalhar na prefeitura, durante seu
primeiro mandato, atuaram como cabos eleitorais de Romero
Jucá em 2002. O ministro nega.
O INSS cobra da prefeita R$ 16
milhões de dívidas por encargos
sociais não recolhidos na gestão.
A assessoria da Prefeitura de
Boa Vista disse que a prefeita, que
não falou com a reportagem, entrará com recurso contra o bloqueio dos bens. Na sentença, há a
informação de que não houve o
cadastro de advogado para representar Lucena e Elioni. A reportagem não conseguiu localizá-los.
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