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Renovação no Senado ameaça aliança PT-PMDB em 2010
83% das vagas de senadores peemedebistas estarão em jogo na próxima eleição
Divergências regionais dos dois partidos na disputa ao Senado, como em SP e no RN, põem sob risco os palanques locais para Dilma
Sérgio Lima - 6.mai.09/Folha Imagem
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O senador Aloizio Mercadante (PT-SP), em sessão da CCJ sobre gastos de câmaras municipais
FERNANDO BARROS DE MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
A disputa eleitoral por vagas
no Senado é o mais novo entrave para a concretização da
aliança PMDB-PT nas eleições
do ano que vem em âmbito nacional. Nada menos que 83%
das cadeiras dos peemedebistas estarão em jogo (15 de 18), o
maior índice na Casa, seguido
por 75% dos petistas (9 de 12).
A consequência imediata
desse cenário se traduz no acirramento das rivalidades regionais, em detrimento da união
tão sonhada pelo Planalto em
torno da candidatura da ministra petista Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência tendo o
PMDB no posto de vice.
Conforme a legislação, estarão em jogo duas cadeiras para
o Senado por Estado. Em 2006,
cada ente federativo elegeu um
representante. Os mandatos na
Casa são de oito anos.
"Os dois partidos têm muitas
vagas em disputa. Alguém vai
topar abrir mão delas?", questiona o cientista político José
Luciano de Mattos Dias, do Iuperj, que fez um levantamento
recente sobre os cenários para
o Senado em 2010.
Uma das forças do PMDB está justamente na maior bancada de senadores. Não por acaso,
cinco das quinze cadeiras em
disputa são ocupadas atualmente por suplentes da sigla, já
que os titulares viraram ministros ou se elegeram governadores em 2006.
"O PMDB tem uma encruzilhada na frente. Ao fazer opção
de ocupar os cargos no governo
com senadores, ele não aumentou sua base nos Estados, pois
os suplentes é que ficaram com
as cadeiras. Não está tão fácil
para o PMDB entrar nas negociações de palanques e ele precisa ver agora a melhor estratégia para manter essa bancada",
diz o cientista político.
Mesmo com o fim da verticalização (repetição obrigatória
das coligações em todo o país),
o PT espera ter o apoio peemedebista na maior parte dos palanques estaduais. Não será fácil, conforme os principais líderes dos dois partidos.
Estados
"Nem sempre o que está prevalecendo em Brasília, no relacionamento partido e governo,
corresponde à realidade regional. Mas a situação ainda está
muito indefinida", disse o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), que não descarta aliança
contra o governo, mas diz acreditar que, no Nordeste, o candidato de Lula a presidente receberá mais apoio.
"O PMDB é um grande aliado. É natural que haja disputas
nos Estados com o PT, e que cada partido queira ter seu candidato. Mas devemos saber contornar em nome de um grande
projeto nacional. Precisamos
ter um programa único com todos os aliados", disse Cândido
Vaccarezza (SP), líder do PT na
Câmara dos Deputados.
No Rio Grande do Norte, por
exemplo, há pelo menos três
pré-candidatos ao Senado:
além do próprio Garibaldi, José
Agripino (DEM) e a governadora Wilma de Faria (PSB), que
também é da base governista, o
que poderia prejudicar a candidatura do peemedebista.
Com isso, Garibaldi espera o
apoio do PT e do Planalto, assim como Wilma. "Os partidos
estão esperando o ano que vem,
mas a questão regional é o
grande ponto. Aqui no Rio
Grande do Norte existe quem
queira que o partido marche
com Lula e quem queira que
marche com a formação de
uma chapa local integrada pelo
DEM, PSDB e PMDB", disse.
Outro entrave é São Paulo.
Orestes Quércia, principal líder
do PMDB, pretende concorrer
ao Senado, mas o petista Aloizio Mercadante já manifestou à
direção do PT no Estado não
querer disputar sua reeleição
tendo o ex-governador como
companheiro/adversário. O temor de Mercadante é perder a
vaga para Quércia. Com isso, o
ex-governador está cada vez
mais perto do bloco liderado
por José Serra (PSDB).
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