São Paulo, domingo, 11 de junho de 2006

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Aliados de tucano evitam hostilizar Lula

DA ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE

O PSDB oficializa hoje a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência em meio à instabilidade de seus palanques pelo país. Intimidados pelo mau desempenho do candidato nas pesquisas ou contrariados com os tucanos de seus Estados, potenciais cabos eleitorais de Alckmin têm evitado fazer campanha ostensiva contra o presidente Lula.
Na semana passada, o senador José Jorge (PFL-PE), indicado para vice na chapa de Alckmin, abordou o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), pedindo que ajude o candidato no Estado. Já irritado com a cobrança, Cássio reagiu: "Por que o sr. não o ajuda em Pernambuco? Por que Alckmin não se ajuda em São Paulo?", perguntou.
No Paraná, o governador Roberto Requião (PMDB) negocia com PSDB uma aliança, mas não quer se envolver na disputa nacional. No Maranhão, a senadora Roseana Sarney (PFL) não vai abrir o palanque para candidatos à Presidência.
Alguns dos abalos nascem de problemas locais com o PSDB. O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), já avisou que não oferecerá seu palanque a Alckmin caso o PSDB mantenha a candidatura no Estado. Em Sergipe e Bahia, o PFL acusa o PSDB de fechar aliança branca com o PT.
Às vezes a identidade é de eleitorado. Dos 164 prefeitos do Norte de Minas, 110 declaram voto em Lula e no tucano Aécio Neves para governador.
"Ninguém perde voto por defender o Alckmin, mas esse poder de transferência é limitado", disse Aécio.
Até em São Paulo surgem palanques híbridos, como o do prefeito de Bauru, eleitor de Serra e de Cristovam Buarque. Os serristas também se irritam com as acusações. Segundo um deles, seria uma tentativa de responsabilizar o ex-prefeito pelas dificuldades de Alckmin.


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