São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 2008

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NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

De pernas para o ar

A Agência Internacional de Energia deu alguma esperança, ontem no site do "Wall Street Journal", com a previsão de demanda mundial um pouco menor do petróleo. Mas nem a boa notícia foi completa, pois a oferta não deve crescer e, portanto, não se sabe ao certo para onde vai o preço do petróleo. O quadro segue "topsy-turvy", de pernas para o ar, no dizer da manchete on-line do "WSJ". Ontem na manchete do "Financial Times" de papel, o presidente do banco central americano indicou alta de juros por conta da pressão da alta do petróleo sobre a inflação.
Ontem também, em destaque no site do "FT", a Gazprom, a gigante russa do petróleo, lançou a previsão de barril a US$ 250, no ano que vem.

DOS POSTOS ÀS URNAS
A gasolina invadiu a agenda eleitoral nos EUA, com o site Politico postando, com base no Gallup, que o alto preço já afeta John McCain -que é identificado à Casa Branca, responsabilizada pela crise. Antes dos US$ 4 por galão, em março 94% já diziam que a crise de energia é "séria" .
Por enquanto, a resposta de McCain foi acusar Barack Obama de ser "ruim para os negócios" por apoiar mais imposto sobre as petroleiras, denunciadas por democratas como "especuladoras".

EXCEÇÃO BRASILEIRA
O preço do combustível, diz a Reuters, já causa protestos de rua na Índia e até na China. Os caminhoneiros espanhóis estão em greve e devem ter a adesão dos sul-coreanos.
Já a AFP dá a reportagem "A exceção do Brasil: sem alta de preços, graças ao corte nos impostos". A agência francesa avalia que a "estratégia", que é ajudada paralelamente pela valorização do real frente ao dólar, "deixou os motoristas brasileiros despreocupados da dor do preço que se sente nos outros lugares".

CANA OU GUERRA
foxnews.com
Também o célebre âncora Bill O'Reilly, da Fox News, anda assustado. Dizendo que "nós todos estamos em perigo" com os "4 bucks" da gasolina, o jornalista pró-republicano exigiu que o Congresso acabe com a tarifa sobre etanol do Brasil para evitar a sombra de uma "guerra mundial"

A PETROBRAS INVESTE
O presidente da Petrobras escolheu Nova York para anunciar, em meio à alta do petróleo, que vai contratar não só equipamento para prospecção, como divulgou antes, mas navios-tanques etc. O tamanho do negócio vai "afetar a capacidade" global de fornecimento no setor.
Por outro lado, em dia de avaliações negativas sobre o futuro dos preços, acresceu a sua, de que vão seguir altos. Ecoou nos sites de "WSJ", "Forbes", a Bloomberg.

A VALE COMPRA
No "Financial Times" e por agências, a notícia de que a Vale pretende levantar US$ 15 bilhões para "expansão e aquisições". Segundo o "FT", "rumores" cercam a gigante brasileira, sobre uma suposta compra da Anglo-American, mas o jornal sublinha que o anúncio resultou em salto nas ações de duas empresas dos EUA, a Alcoa (alumínio) e a Freeport (cobre e ouro).
Por outro lado, as ações da Vale caíram e levaram aqui à derrubada da Bovespa.

O QUE AMEAÇA
O crescimento do país no início do ano foi a manchete dos sites e telejornais brasileiros e avançou, no exterior, por Market Watch e até a BBC original. Ao contrário do que se lia e ouvia por aqui, com ataques ao gasto público, por lá a maior ameaça ao crescimento, nos destaques, era a retomada na alta dos juros pelo Banco Central.

ÁRVORES E BANCOS
O "WSJ" entrou ontem, ele também, na controvérsia sobre a compra de terras da Amazônia. Em reportagem, defendeu o sueco Johan Eliasch das "acusações de alguns políticos brasileiros" e diz que ele "quer preservar".
Cita outros interessados no Brasil, como o holandês Rabobank, mas concentra a atenção no britânico Canopy Capital, com plano financeiro na Guiana, cujo presidente andou oferecendo a floresta do país pelo mundo.


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@ - Nelson de Sá



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