São Paulo, quinta-feira, 11 de junho de 2009

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Cabo é morto na Granja do Torto

Soldado é o principal suspeito e foi preso em flagrante; inquéritos civil e militar foram abertos para apurar o caso

Segundo o Gabinete de Segurança Institucional, o soldado tem "experiência" para estar em batalhão que faz a guarda presidencial


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O cabo do Exército Jeferson de Oliveira Santos, do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas da Presidência da República, foi morto ontem dentro da Granja do Torto, enquanto faziam a guarda do local, que é uma das residências oficiais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O suspeito é um soldado do Exército que também fazia a guarda no local.
O Gabinete de Segurança Institucional, responsável pela segurança presidencial, não divulgou o nome do suspeito e só o fará depois de concluído os inquéritos civil e militar abertos para investigar o caso. Também não informou o que teria motivado o assassinato.
O crime aconteceu às 9h50. O soldado teria feito cinco disparos de fuzil acertando três em Santos, segundo apurou a Folha. Mas o governo não confirmou o número de tiros.
"Temos algumas versões desencontradas. Alguns falam uma quantidade de tiros e outros falam outro número, então, não teríamos condições de dar uma informação correta. Por outro lado, não queremos prejulgar o resultado dos inquéritos que já foram instalados", disse o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach.
O cabo foi levado em estado grave para o Hospital das Forças Armadas, mas morreu ao meio-dia. O GSI não informou a idade do cabo nem há quantos anos ele estava no Exército.
O porta-voz disse que Lula "lamentou" o ocorrido e que o presidente foi avisado do crime pelo ministro do GSI, general Jorge Felix. A Granja do Torto é usada pelo presidente e seus familiares nos finais de semana e, eventualmente, para reuniões ministeriais.
"Os fatos envolvem militares, em local sob guarda militar e com outras características que poderiam configurar crime militar. Esse tipo de crime é previsto no Código penal militar", disse Baumbach.
Segundo ele, o soldado foi preso em flagrante "e está sob custódia à disposição da Justiça Militar" no quartel da Polícia do Exército. Os inquéritos têm prazo de 30 dias para serem concluídos, podendo ser prorrogados por mais 30 dias.
O GSI informou que o soldado não é novato e que tem "grau de experiência" para trabalhar em batalhão responsável pela guarda presidencial.
Os militares que integram o Regimento de Cavalaria de Guardas da Presidência são conhecidos como Dragões da Independência. Cabe a este regimento e ao Batalhão de Guarda Presidencial fazerem a segurança de palácios e residências oficiais. Há um revezamento a cada seis meses do grupo responsável pela guarda.
Segundo o GSI, o soldado era subordinado ao cabo. O grupo que faz a guarda da Granja do Torto é integrado por um sargento, dois cabos e cerca de 30 soldados. Todos estavam trabalhando no momento do crime.


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