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Cabo é morto na Granja do Torto
Soldado é o principal suspeito e foi preso em flagrante; inquéritos civil e militar foram abertos para apurar o caso
Segundo o Gabinete de Segurança Institucional, o soldado tem "experiência" para estar em batalhão que faz a guarda presidencial
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O cabo do Exército Jeferson
de Oliveira Santos, do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas
da Presidência da República,
foi morto ontem dentro da
Granja do Torto, enquanto faziam a guarda do local, que é
uma das residências oficiais do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. O suspeito é um soldado
do Exército que também fazia a
guarda no local.
O Gabinete de Segurança
Institucional, responsável pela
segurança presidencial, não divulgou o nome do suspeito e só
o fará depois de concluído os
inquéritos civil e militar abertos para investigar o caso. Também não informou o que teria
motivado o assassinato.
O crime aconteceu às 9h50.
O soldado teria feito cinco disparos de fuzil acertando três
em Santos, segundo apurou a
Folha. Mas o governo não confirmou o número de tiros.
"Temos algumas versões desencontradas. Alguns falam
uma quantidade de tiros e outros falam outro número, então, não teríamos condições de
dar uma informação correta.
Por outro lado, não queremos
prejulgar o resultado dos inquéritos que já foram instalados", disse o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach.
O cabo foi levado em estado
grave para o Hospital das Forças Armadas, mas morreu ao
meio-dia. O GSI não informou
a idade do cabo nem há quantos
anos ele estava no Exército.
O porta-voz disse que Lula
"lamentou" o ocorrido e que o
presidente foi avisado do crime
pelo ministro do GSI, general
Jorge Felix. A Granja do Torto
é usada pelo presidente e seus
familiares nos finais de semana
e, eventualmente, para reuniões ministeriais.
"Os fatos envolvem militares,
em local sob guarda militar e
com outras características que
poderiam configurar crime militar. Esse tipo de crime é previsto no Código penal militar",
disse Baumbach.
Segundo ele, o soldado foi
preso em flagrante "e está sob
custódia à disposição da Justiça
Militar" no quartel da Polícia
do Exército. Os inquéritos têm
prazo de 30 dias para serem
concluídos, podendo ser prorrogados por mais 30 dias.
O GSI informou que o soldado não é novato e que tem "grau
de experiência" para trabalhar
em batalhão responsável pela
guarda presidencial.
Os militares que integram o
Regimento de Cavalaria de
Guardas da Presidência são conhecidos como Dragões da Independência. Cabe a este regimento e ao Batalhão de Guarda
Presidencial fazerem a segurança de palácios e residências
oficiais. Há um revezamento a
cada seis meses do grupo responsável pela guarda.
Segundo o GSI, o soldado era
subordinado ao cabo. O grupo
que faz a guarda da Granja do
Torto é integrado por um sargento, dois cabos e cerca de 30
soldados. Todos estavam trabalhando no momento do crime.
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