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São Paulo, sexta-feira, 11 de julho de 2003

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SUCESSÃO MUNICIPAL

Para derrotar Marta em 2004, tucanos podem se aliar a ex-prefeita, hoje no PSB

Por 2004, PSDB se aproxima de Erundina

GILBERTO DIMENSTEIN
COLUNISTA DA FOLHA
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma articulação de bastidores tem aproximado o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), da ex-prefeita Luiza Erundina (PSB). O objetivo comum do tucano e da ex-petista é tentar derrotar a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), nas próximas eleições municipais.
Erundina disse à Folha que não vê nenhum problema na aproximação com o PSDB. As conversas, ainda preliminares, segundo ela, já estão ocorrendo com lideranças tucanas em São Paulo. Mudar para o PSDB, porém, é muito "improvável", disse Erundina, que busca ainda o apoio de outros partidos.
A Folha apurou que a candidatura dependerá do cenário dos próximos meses e, se ela sentir que existe margem de crescimento pelo campo da centro-esquerda, disputará a eleição. Ou seja, o desempenho nas pesquisas será fundamental.
O que se acena até agora é uma parceria para o segundo turno, já que, na primeira etapa, cada partido lançaria um candidato próprio. Nos bastidores, a aposta do governador Alckmin é de que Marta Suplicy provavelmente estará no segundo turno com pelo menos 30% dos eleitores. Ele aposta também que um candidato do governo estadual teria condições de crescer e ir para o segundo turno.
O cenário para os tucanos, no entanto, não é dos melhores. Até o momento, nenhum dos possíveis candidatos do PSDB - entre eles Gabriel Chalita (Educação), Saulo de Castro (Segurança), Arnaldo Madeira (Casa Civil) e José Aníbal (presidente do nacional do partido) - mostra-se forte eleitoralmente.
Marta Suplicy também atravessa um momento difícil. Além de perder força em sua base aliada, a prefeita enfrenta sérias críticas dentro do próprio partido, descontente com medidas impopulares anunciadas por ela, como o aumento de taxas municipais.
Entre as principais siglas aliadas de Marta na Câmara (PPS, PTB, PDT, PL, PCdoB, PSB e parte do PMDB), quatro estudam a possibilidade de lançar candidatos próprios (PTB, PDT, PL e PSB) e pelo menos um, o PPS, descarta a possibilidade de apoiar a petista novamente.
A entrada de Erundina na disputa municipal do próximo ano, na avaliação dos tucanos, poderia desestabilizar a candidatura de Marta Suplicy, que teria de dividir com a ex-prefeita votos da esquerda paulista.
A eleição para a Prefeitura de São Paulo é encarada por políticos do PT e do PSDB como uma espécie de prévia da sucessão presidencial. Por esse motivo, os tucanos acham que o governo federal fará o possível para ajudar Marta.


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