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SUCESSÃO MUNICIPAL
Para derrotar Marta em 2004, tucanos podem se aliar a ex-prefeita, hoje no PSB
Por 2004, PSDB se aproxima de Erundina
GILBERTO DIMENSTEIN
COLUNISTA DA FOLHA
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma articulação de bastidores
tem aproximado o governador
paulista, Geraldo Alckmin
(PSDB), da ex-prefeita Luiza
Erundina (PSB). O objetivo comum do tucano e da ex-petista é
tentar derrotar a prefeita de São
Paulo, Marta Suplicy (PT), nas
próximas eleições municipais.
Erundina disse à Folha que não
vê nenhum problema na aproximação com o PSDB. As conversas, ainda preliminares, segundo
ela, já estão ocorrendo com lideranças tucanas em São Paulo.
Mudar para o PSDB, porém, é
muito "improvável", disse Erundina, que busca ainda o apoio de
outros partidos.
A Folha apurou que a candidatura dependerá do cenário dos
próximos meses e, se ela sentir
que existe margem de crescimento pelo campo da centro-esquerda, disputará a eleição. Ou seja, o
desempenho nas pesquisas será
fundamental.
O que se acena até agora é uma
parceria para o segundo turno, já
que, na primeira etapa, cada partido lançaria um candidato próprio. Nos bastidores, a aposta do
governador Alckmin é de que
Marta Suplicy provavelmente estará no segundo turno com pelo
menos 30% dos eleitores. Ele
aposta também que um candidato do governo estadual teria condições de crescer e ir para o segundo turno.
O cenário para os tucanos, no
entanto, não é dos melhores. Até
o momento, nenhum dos possíveis candidatos do PSDB - entre
eles Gabriel Chalita (Educação),
Saulo de Castro (Segurança), Arnaldo Madeira (Casa Civil) e José
Aníbal (presidente do nacional do
partido) - mostra-se forte eleitoralmente.
Marta Suplicy também atravessa um momento difícil. Além de
perder força em sua base aliada, a
prefeita enfrenta sérias críticas
dentro do próprio partido, descontente com medidas impopulares anunciadas por ela, como o
aumento de taxas municipais.
Entre as principais siglas aliadas
de Marta na Câmara (PPS, PTB,
PDT, PL, PCdoB, PSB e parte do
PMDB), quatro estudam a possibilidade de lançar candidatos
próprios (PTB, PDT, PL e PSB) e
pelo menos um, o PPS, descarta a
possibilidade de apoiar a petista
novamente.
A entrada de Erundina na disputa municipal do próximo ano,
na avaliação dos tucanos, poderia
desestabilizar a candidatura de
Marta Suplicy, que teria de dividir
com a ex-prefeita votos da esquerda paulista.
A eleição para a Prefeitura de
São Paulo é encarada por políticos
do PT e do PSDB como uma espécie de prévia da sucessão presidencial. Por esse motivo, os tucanos acham que o governo federal
fará o possível para ajudar Marta.
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