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Bolsa-Família tem 50 mil benefícios novos sob suspeita de duplicidade
Se for afastada a hipótese de homônimos, repasses serão suspensos em julho
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério do Desenvolvimento Social investiga o pagamento de 50 mil benefícios do
Bolsa-Família em duplicidade.
Se for afastada a hipótese de beneficiários com nomes idênticos e confirmado o pagamento
indevido, os repasses serão suspensos ainda neste mês. Os benefícios estão entre os que foram concedidos em junho.
Os pagamentos sob suspeita
fazem parte da mais recente fase de ampliação do Bolsa-Família. A apenas três meses das
eleições, entraram no programa 1,8 milhão de famílias. Com
os novos cartões, o governo
conseguiu alcançar a meta de
beneficiar 11,1 milhões de famílias com o Bolsa-Família.
Além dos 50 mil benefícios
sob investigação por duplicidade, há outros quase 51 mil cujos
pagamentos já estão bloqueados por suspeita de irregularidades e que também correm o
risco de ser cancelados.
O programa paga entre R$ 15
e R$ 95 por mês a famílias com
renda de até R$ 120 mensais
por pessoa, dependendo do
grau de pobreza e do número
de filhos de até 15 anos.
Em nota, o ministério informou que a suspeita de pagamentos em duplicidade decorre de checagem de rotina nos
cadastros do Bolsa-Família.
"Desde 2004, o ministério adota processos de rotina para
identificação de duplicidades e
medidas de controle do programa. Essas rotinas levaram a
cancelamentos de 562.351 benefícios", diz o texto da nota.
Os pagamentos em duplicidade representaram até aqui
apenas 2,73% dos cancelamentos. O maior motivo para a anulação dos benefícios -291 mil
famílias- foi a identificação de
renda acima do limite admitido
para o programa. Eram famílias
que, na verdade, não se enquadravam no perfil exigido para o
recebimento do benefício.
Além dos benefícios já cancelados e daqueles que se encontram sob suspeita de pagamento em duplicidade, os outros
50.915 que foram bloqueados
passarão por averiguação da
renda e de outras possíveis irregularidades. A maior parte
desse universo é de famílias
que não foram localizadas na
atualização dos cadastros, concluída recentemente.
O Ministério do Desenvolvimento Social atribuiu os casos
de pagamento em duplicidade a
"falhas" nas informações do cadastro, principalmente dos
programas de transferência de
renda criados durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, como o Bolsa-Escola e o Auxílio-Gás.
Durante o processo de atualização dos cadastros do Bolsa-Família, foram cancelados benefícios remanescentes pagos a
mais de 1,6 milhão de famílias.
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