São Paulo, terça-feira, 11 de julho de 2006

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Empresário não pagou propina, diz advogada

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ

A advogada de Luiz Antônio Trevisan Vedoin, Laura Gisele Spinola, admitiu ontem que o empresário declarou à Justiça Federal ter negociado emendas ao Orçamento em Brasília para compra de ambulâncias, mas negou pagamento de propina a deputados. A CPI dos Sanguessugas disse, porém, que no depoimento ele envolveu de 60 a 80 parlamentares no esquema.
Sem pagamento, a vantagem para os deputados pode ter sido destinar verbas de emendas a entidades não-governamentais ligadas a eles mesmos. Na investigação, há ao menos três casos desse tipo comprovados.
Pai de Luiz Antônio e dono da Planam, Darci Vedoin disse à Justiça, em 20 de junho, que "percorria os gabinetes dos parlamentares, sensibilizando-os da necessidade de investimento na área [de saúde] e apresentando a sua empresa na área de comercialização de unidades móveis de saúde".
Com interrupções para almoço e descanso durante a noite, o depoimento de Luiz Antônio Vedoin continuava até o fim da tarde de ontem. Spinola disse que a sessão demoraria porque Vedoin seria interrogado sobre 70 inquéritos policiais relacionados a compras de ambulâncias superfaturadas.
"Há ainda dois CDs de conversas gravadas", disse a advogada, referindo-se às escutas telefônicas, feitas pela Polícia Federal, entre acusados de pertencer ao esquema da compra dos veículos.


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