São Paulo, sexta-feira, 11 de julho de 2008

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Banco diz que houve saques de R$ 1 bilhão

ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO

A prisão de Daniel Dantas e de parte da diretoria do banco Opportunity afeta a área de gestão de recursos de terceiros, que é a principal atividade financeira do grupo. Até o fim da manhã de ontem, o volume de resgates era da ordem de R$ 1 bilhão, equivalente a 6,2% do patrimônio total administrado.
Segundo avaliação do próprio banco, 30% desses resgates já foram efetivados. Ou seja, a saída líquida de dinheiro é hoje de cerca de R$ 350 milhões. O restante vai obedecer a uma programação que varia de acordo com a regra de cada fundo e ocorrerá em 30,60 e 90 dias.
Em fato relevante divulgado ontem, o Opportunity declarou que "os fundos continuam operando normalmente, com liquidez absolutamente adequada". Na terça-feira, o Opportunity havia informado que a movimentação financeira dos clientes, ao fim do primeiro dia da atual crise, havia sido de 1,5% do patrimônio total da instituição. De lá pra cá, os resgates quadruplicaram.
O diretor comercial Fernando Rodrigues diz que o movimento de resgates é pequeno diante do patrimônio total da instituição, que era de R$ 16,1 bilhões na última segunda-feira, véspera da operação da Polícia Federal que prendeu Dantas e outros nove executivos do grupo.
"Estamos tranqüilos, até porque a nossa resposta é manter uma relação de extrema transparência com os nossos clientes", afirmou.
Segundo Rodrigues, o Opportunity já viveu uma situação semelhante em 2004, em meio à operação Chacal, que investigou as relações de Dantas com a empresa Kroll, acusada de espionar integrantes do governo federal a mando do banqueiro.
Na ocasião, a PF investigou o Opportunity por suspeita de repatriar ilegalmente, R$ 3 bilhões. "Na época, chegamos a perder 12% do patrimônio [que era de cerca de R$ 10 bilhões]. Depois, estabilizamos", afirmou.


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