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Único deputado não-investigado pela PF é suspeito de ter funcionária fantasma
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O único deputado da Assembléia Legislativa de Rondônia
que não é investigado pela Polícia Federal no esquema de desvio de recursos públicos, Neri
Firigolo (PT), responde a inquérito da Polícia Civil por suspeita de ter mantido por dois
anos uma funcionária fantasma em sua folha de pagamento.
A Promotoria da Defesa da
Probidade Administrativa de
Cacoal (476 km ao leste de Porto Velho) abriu ontem procedimento para apurar indícios de
improbidade contra Firigolo.
A suposta funcionária fantasma foi identificada como a vendedora e militante do PT Sidarta Mechalczuk, 31, que mora,
trabalha e estuda em Cacoal,
segundo a denúncia, mas figurava como funcionária do gabinete de Firigolo, em Porto Velho, desde março de 2003. O valor do salário é desconhecido.
Segundo o promotor de Justiça Alexandre Jésus de Queiroz Santiago, o inquérito foi encaminhado -já que o deputado
tem foro privilegiado- ao Tribunal de Justiça e, no momento, está na Corregedoria Geral
de Justiça.
Santiago justificou o pedido
de investigação. "Vislumbrei
no primeiro momento falsidade ideológica, peculato e crime
de funcionária fantasma."
O caso da suposta funcionária fantasma no gabinete de Firigolo chegou ao Ministério Público em novembro do ano passado, por denúncia do técnico
judiciário Wander Sanders Damasceno, 34. Ela foi fazer uma
denúncia trabalhista na Justiça
do Trabalho e não quis mostrar
a carteira de trabalho.
Em uma busca no Cadastro
Nacional de Informações Sociais da Dataprev, Damasceno
descobriu que a vendedora era
empregada da Assembléia Legislativa pelo gabinete de Neri
Firigolo. No cadastro, a funcionária foi registrada em 22 de
março de 2003.
Outro lado
O deputado Neri Firigolo, 58,
negou a existência de contratações indevidas em seu gabinete.
Ele afirmou que Sidarta Mechalczuk teve cargo comissionado em seu gabinete e chegou
a recolher as contribuições previdenciárias. "Ela apenas foi
uma comissionada, que é uma
ajuda de gabinete, e foi exonerada", disse.
Ao responder porque a funcionária não trabalhava em seu
gabinete em Porto Velho, Firigolo disse que ela era assessora
parlamentar trabalhando em
Cacoal, mesmo sendo funcionária de um estabelecimento
privado.
"Ela trabalhava no fim de semana. O cargo comissionado
trabalha a hora em que é preciso, muitas vezes por telefone.
Não existe nada ilegal nisso. Estou surpreso com isso [o inquérito], porque nunca recebi notificação", disse Firigolo.
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