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Alckmin e Mercadante fazem crítica seletiva sobre debates
Sem citar Serra, tucano defende ida a programas
CATIA SEABRA
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Os candidatos do PSDB à
Presidência, Geraldo Alckmin,
e do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, foram
seletivos ontem ao criticar a ausência de candidatos em debates na TV. Ambos pouparam
seus correligionários.
Após dizer que a presença em
debate é "um sinal de respeito
ao eleitor", se referindo à possível ausência de Luiz Inácio Lula da Silva, Alckmin atrapalhou-se ao ser questionado se
não seria uma demonstração
de desrespeito a falta de José
Serra no debate da TV Gazeta,
anteontem.
"Não queiram me intrigar
com o Serra. Não sei se tinha
combinado. Vai ter outros debates. O que eu estou colocando é que, no caso da disputa
presidencial, eu irei. E espero
que o presidente vá também.
Não há razão para ele não ir",
respondeu Alckmin, que encerrou a argumentação afirmando
que "Serra responde por ele". O
candidato tucano alegou ter
outros compromissos de campanha pré-agendados.
No debate da TV Gazeta,
Mercadante atacou Serra por
sua decisão de não participar.
"Acho que o grande derrotado
dessa noite é o PSDB, que se
omitiu, que faltou, que não teve
coragem, o candidato do PSDB,
de vir aqui para defender os 12
anos do seu governo. Ele tinha
obrigação moral de estar aqui.
Depois de renunciar à prefeitura, renunciar ao debate democrático vai estabelecendo um
padrão de comportamento",
afirmou.
Quando questionado se cobraria de Lula o mesmo comportamento, o senador se limitou a falar: "Vamos aguardar".
Segundo petistas ouvidos pela Folha, Mercadante já tem
preparada a resposta para
apresentar à opinião pública
quando Lula se ausentar dos
debates. Deve falar das estruturas do programa e dizer que foi
uma escolha pessoal do presidente, do mesmo modo como
agiu o ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso.
O primeiro debate com candidatos à Presidência será na
segunda-feira, na TV Bandeirantes. Alckmin disse ter feito
uma única exigência à emissora: "O que deve ser feito é colocar cadeira vazia para quem
não vai". O tucano disse que
participaria de debates ainda
que estivesse à frente nas pesquisas de intenção de voto.
"Faz parte da regra."
Campanha tucana
Em encontro com empresários da construção civil, na
Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo),
Alckmin tentou ontem mostrar
otimismo num momento em
que se amplia a vantagem de
Lula sobre ele, segundo as mais
recentes pesquisas. "Não há como falar com 180 milhões de
pessoas sem rádio e TV", justificou. "A campanha começa na
terça-feira, quando começa o
horário eleitoral."
Após discursar, Alckmin reconheceu que havia um desperdício de tempo em sua campanha
com a programação de várias
atividades numa mesma cidade
só para contentar aliados locais. A idéia, disse, é otimizar a
agenda.
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