São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 2006

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Alckmin e Mercadante fazem crítica seletiva sobre debates

Sem citar Serra, tucano defende ida a programas

CATIA SEABRA
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Os candidatos do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, e do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, foram seletivos ontem ao criticar a ausência de candidatos em debates na TV. Ambos pouparam seus correligionários.
Após dizer que a presença em debate é "um sinal de respeito ao eleitor", se referindo à possível ausência de Luiz Inácio Lula da Silva, Alckmin atrapalhou-se ao ser questionado se não seria uma demonstração de desrespeito a falta de José Serra no debate da TV Gazeta, anteontem.
"Não queiram me intrigar com o Serra. Não sei se tinha combinado. Vai ter outros debates. O que eu estou colocando é que, no caso da disputa presidencial, eu irei. E espero que o presidente vá também. Não há razão para ele não ir", respondeu Alckmin, que encerrou a argumentação afirmando que "Serra responde por ele". O candidato tucano alegou ter outros compromissos de campanha pré-agendados.
No debate da TV Gazeta, Mercadante atacou Serra por sua decisão de não participar. "Acho que o grande derrotado dessa noite é o PSDB, que se omitiu, que faltou, que não teve coragem, o candidato do PSDB, de vir aqui para defender os 12 anos do seu governo. Ele tinha obrigação moral de estar aqui. Depois de renunciar à prefeitura, renunciar ao debate democrático vai estabelecendo um padrão de comportamento", afirmou.
Quando questionado se cobraria de Lula o mesmo comportamento, o senador se limitou a falar: "Vamos aguardar".
Segundo petistas ouvidos pela Folha, Mercadante já tem preparada a resposta para apresentar à opinião pública quando Lula se ausentar dos debates. Deve falar das estruturas do programa e dizer que foi uma escolha pessoal do presidente, do mesmo modo como agiu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O primeiro debate com candidatos à Presidência será na segunda-feira, na TV Bandeirantes. Alckmin disse ter feito uma única exigência à emissora: "O que deve ser feito é colocar cadeira vazia para quem não vai". O tucano disse que participaria de debates ainda que estivesse à frente nas pesquisas de intenção de voto. "Faz parte da regra."

Campanha tucana
Em encontro com empresários da construção civil, na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Alckmin tentou ontem mostrar otimismo num momento em que se amplia a vantagem de Lula sobre ele, segundo as mais recentes pesquisas. "Não há como falar com 180 milhões de pessoas sem rádio e TV", justificou. "A campanha começa na terça-feira, quando começa o horário eleitoral." Após discursar, Alckmin reconheceu que havia um desperdício de tempo em sua campanha com a programação de várias atividades numa mesma cidade só para contentar aliados locais. A idéia, disse, é otimizar a agenda.


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