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Assessores de Renan negociaram R$ 1 mi em veículos em 2 anos
Um deles, Everaldo Ferro, está sob investigação da Procuradoria por suspeitas de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro
Segundo o Ministério Público, assessor chegou a gastar 70% de seu salário líquido em prestações; Folha não localizou funcionários
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dois assessores parlamentares do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) negociaram
nos últimos dois anos mais de
20 veículos, que somam R$ 1
milhão. Um deles, Everaldo
Ferro, está sob investigação do
Ministério Público Federal por
suspeitas de enriquecimento
ilícito e lavagem de dinheiro.
O outro, Carlos Ricardo Santa Ritta, tinha participação
num grupo de comunicação em
Alagoas, avaliado em R$ 2,5 milhões, repassada a Renan Calheiros Filho em 2005. Segundo a revista "Veja", Santa Ritta
funcionou como um "laranja"
do senador na constituição da
empresa, a JR Radiodifusão.
Santa Ritta tem hoje em seu
nome, segundo registros no
Detran, oito veículos. Seis pertencem integralmente ao assessor do senador, no valor de
R$ 426,5 mil. Só dois ainda
constam como financiados.
Na sua frota há três caminhões basculantes no valor total de R$ 243 mil, e uma camionete Hilux ano 2007, registrada
no Detran por R$ 105 mil. Santa Ritta tem ainda um Corolla
(R$ 59 mil) e um Fiat Siena (R$
19.500), fora um Suzuki Grand
Vitara 2001/ 2002 e uma Kombi 1997/1997 financiados. O
primeiro está avaliado em R$
35 mil e o segundo, em R$ 10
mil. Santa Ritta ocupa cargo em
comissão no gabinete de Renan
desde 2004, como assessor técnico, com salário bruto de R$
9.031 mensais.
Segundo documentos em poder do Ministério Público, Everaldo Ferro chegou a gastar
cerca de R$ 6 mil por mês, nos
últimos dois anos, em prestações de carros -o que corresponde a cerca de 70% de seu salário líquido (cerca de R$ 8 mil).
Segundo a declaração de IR
de 2007 do senador, seu assessor lhe vendeu em 2006 uma
camionete L 200 comprada naquele ano. Financiado, o veículo foi repassado a Renan por R$
18 mil, mais as prestações.
De acordo com a "Veja", Ferro foi o portador, em nome de
Renan, de R$ 700 mil em dinheiro entregues ao usineiro
João Lyra, em pagamento a
empréstimo concedido ao senador para entrar na sociedade
do grupo de comunicação que
gerou a JR Radiodifusão.
A Folha não localizou nem
Santa Ritta nem Everaldo Ferro ontem. A reportagem também não conseguiu ontem à
noite contato com a assessoria
do senador Renan Calheiros.
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