São Paulo, sábado, 11 de agosto de 2007

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Assessores de Renan negociaram R$ 1 mi em veículos em 2 anos

Um deles, Everaldo Ferro, está sob investigação da Procuradoria por suspeitas de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro

Segundo o Ministério Público, assessor chegou a gastar 70% de seu salário líquido em prestações; Folha não localizou funcionários

LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dois assessores parlamentares do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) negociaram nos últimos dois anos mais de 20 veículos, que somam R$ 1 milhão. Um deles, Everaldo Ferro, está sob investigação do Ministério Público Federal por suspeitas de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro.
O outro, Carlos Ricardo Santa Ritta, tinha participação num grupo de comunicação em Alagoas, avaliado em R$ 2,5 milhões, repassada a Renan Calheiros Filho em 2005. Segundo a revista "Veja", Santa Ritta funcionou como um "laranja" do senador na constituição da empresa, a JR Radiodifusão.
Santa Ritta tem hoje em seu nome, segundo registros no Detran, oito veículos. Seis pertencem integralmente ao assessor do senador, no valor de R$ 426,5 mil. Só dois ainda constam como financiados.
Na sua frota há três caminhões basculantes no valor total de R$ 243 mil, e uma camionete Hilux ano 2007, registrada no Detran por R$ 105 mil. Santa Ritta tem ainda um Corolla (R$ 59 mil) e um Fiat Siena (R$ 19.500), fora um Suzuki Grand Vitara 2001/ 2002 e uma Kombi 1997/1997 financiados. O primeiro está avaliado em R$ 35 mil e o segundo, em R$ 10 mil. Santa Ritta ocupa cargo em comissão no gabinete de Renan desde 2004, como assessor técnico, com salário bruto de R$ 9.031 mensais.
Segundo documentos em poder do Ministério Público, Everaldo Ferro chegou a gastar cerca de R$ 6 mil por mês, nos últimos dois anos, em prestações de carros -o que corresponde a cerca de 70% de seu salário líquido (cerca de R$ 8 mil).
Segundo a declaração de IR de 2007 do senador, seu assessor lhe vendeu em 2006 uma camionete L 200 comprada naquele ano. Financiado, o veículo foi repassado a Renan por R$ 18 mil, mais as prestações.
De acordo com a "Veja", Ferro foi o portador, em nome de Renan, de R$ 700 mil em dinheiro entregues ao usineiro João Lyra, em pagamento a empréstimo concedido ao senador para entrar na sociedade do grupo de comunicação que gerou a JR Radiodifusão.
A Folha não localizou nem Santa Ritta nem Everaldo Ferro ontem. A reportagem também não conseguiu ontem à noite contato com a assessoria do senador Renan Calheiros.


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