São Paulo, terça-feira, 11 de setembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Top, top

Um consórcio entre petistas instalados no Palácio do Planalto e o ministro da Justiça, Tarso Genro, trabalha para colocar na presidência do PT Marco Aurélio Garcia, assessor internacional de Lula.
Garcia, que de início resistiu, estaria agora inclinado a topar suceder Ricardo Berzoini. Em recente reunião do PT, disse precisar de uma estratégia para recuperar sua imagem, abalada pelo célebre flagrante do gesto obsceno à época da tragédia em Congonhas. Para o Planalto, trata-se da opção mais confiável. Para Tarso Genro, líder de uma corrente que obteve resultado aquém do esperado no congresso da sigla, é a chance de compor com um nome do grupo majoritário que, à diferença de outros, não lhe é francamente hostil.

Índex. Texto voltado para a eleição interna petista aprovado ontem pela corrente Mensagem ao Partido, capitaneada por Tarso, nem sequer menciona a "refundação" da legenda, outrora bandeira do grupo. "Nosso computador tem um programa que apaga automaticamente essa palavra", brinca um deputado.

Decifra-me ou... A grande incógnita entre os recenseadores de votos pró e contra Renan Calheiros é Aloizio Mercadante. O petista não adiantou o que vai fazer nem para os colegas de bancada. Mas jura que, depois da sessão de amanhã, abrirá seu voto.

Sem chance. A Mesa do Senado será inflexível com os deputados que querem estar presentes amanhã. Nem o argumento de que Renan preside também o Congresso sensibiliza. "A sessão que vai decidir seu futuro é do Senado, com regimento do Senado. Qualquer coisa diferente dará margem para recurso à Justiça", diz o tucano Álvaro Dias.

Bis. O dueto de Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSB-ES), ouvido no Conselho de Ética, deve se repetir amanhã. A dupla quer defender seu relatório, que deu origem ao projeto de resolução pela cassação.

Web guerrilha. O PSOL disparou e-mails com lista de endereços eletrônicos dos senadores, incluindo o de Renan. E sugeriu a destinatários que enviem mensagens pró-cassação do peemedebista.

Escravos de Jó. O diretor de inteligência da PF, Renato Porciúncula, seguirá os passos do ex-chefe: vai com Paulo Lacerda para a Abin. Porciúncula, o cérebro por trás de operações como Hurricane e Navalha, estava na mira do PT. Durante muito tempo, disputou a superintendência com Luiz Fernando Corrêa, que agora levou o cargo.

Tenho dito. De Aécio Neves, a políticos que o visitaram ontem: "A chance de eu ser candidato a presidente é pequena. A vice, nenhuma".

Interrogação 1. O texto que o relator Marco Maia (PT-RS) apresentará na segunda à CPI do Apagão Aéreo tem cerca de 40 itens assinalados como "polêmicos".

Interrogação 2. Entre os assuntos assinalados estão a desmilitarização do controle aéreo e um eventual pedido indiciamento de ex-diretores da Anac. Governistas que trabalham ao lado do petista, porém, apostam que ninguém será acusado nominalmente.

Entupido. A prefeitura paulistana não realiza há seis meses limpeza dos sistemas de drenagem das marginais, potenciais pontos de alagamento. A gestão Gilberto Kassab (DEM) diz que a paralisação se deve a "problemas na documentação" da prestadora do serviço, que será retomado "no final do mês".

Visita à Folha. Rubens Ermírio de Moraes, diretor-vice-presidente da Beneficência Portuguesa, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Tony Rodrigues, diretor da Giusti Gestão em Comunicação, e de Josué Dimas de Melo Pimenta, diretor da Dimep Gráfica.

Tiroteio

O governo federal conseguiu inaugurar o "trem-bala" oito anos antes do previsto.


Do deputado federal LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR), sobre o tiroteio que surpreendeu os ministros Márcio Fortes (Cidades) e Pedro Brito (Portos) quando passavam de trem pela região da Favela do Jacarezinho, subúrbio do Rio, para inspecionar obras ferroviárias.

Contraponto

Livre e espontânea

A TV Assembléia do Espírito Santo decidiu incluir em sua grade um programa de prestação de serviços, entre os quais a divulgação de fotos de pessoas desaparecidas.
Na semana passada, um senhor procurou funcionários da Casa e deixou uma foto da mulher, que havia sumido dias antes. A imagem foi para o ar. Pouco tempo depois, uma secretária atendeu a uma ligação:
-É da TV Assembléia?
-Sim, senhora.
-Então, por favor, retirem já a minha foto da TV. Eu desapareci, sim, mas só da vida do meu marido!


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