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Dívida não poderia ser paga, diz Berzoini
Diretório do PT pagou um empréstimo feito por Filippi Jr., prefeito de Diadema e ex-tesoureiro de Lula
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente nacional do PT,
Ricardo Berzoini, disse ontem,
em Lisboa, que o Diretório Nacional do partido nunca teve
autorização para pagar dívidas
pessoais de José de Filippi Jr.
(PT), prefeito de Diadema (SP)
e ex-tesoureiro de campanha
de Luiz Inácio Lula da Silva.
"Se houvesse qualquer cogitação nesse sentido, qualquer
pessoa que conhece a legislação
sabe que não é apropriado",
afirmou Berzoini, segundo relato da agência de notícias de
Portugal "Lusa".
Pela legislação, o fundo partidário, rubrica formada majoritariamente por verbas públicas
e que representa uma das principais fontes de financiamento
de partidos, não pode ser usado
para pagamento de dívidas pessoais de seus membros.
Anteontem, a Folha informou que os diretórios nacional
e municipal do PT pagaram
R$ 150 mil de um empréstimo
feito pelo prefeito com o tio dele, o empresário Mário Moreira, em 2003. Em junho deste
ano, Moreira disse ter recebido
um cheque do PT municipal no
mesmo valor.
Em nota, o secretário de Finanças e Planejamento do PT,
Paulo Ferreira, informou que,
em 2006, o Diretório Nacional
"efetuou repasses de caráter
extraordinário, através de recursos próprios" ao PT de Diadema. Acrescentou que "a responsabilidade quanto à utilização dos valores cabe ao mesmo
[Diretório Municipal]".
Berzoini criticou ainda "setores da imprensa" que, segundo ele, "nunca investigaram
outro partido, a não ser o PT".
Empréstimo
"Fiquei honrado pelo PT ter
assumido o pagamento. O Diretório Nacional deu R$ 75 mil e o
Municipal, mais R$ 75 mil",
disse Filippi Júnior.
A dívida foi contraída em
2003, quando o prefeito foi
condenado a pagar R$ 183 mil
numa ação com pedido de indenização e improbidade administrativa (má gestão pública).
A Justiça entendeu que Filippi Jr. errou ao usar em propaganda oficial três estrelinhas,
símbolo do PT e das três gestões dele frente à prefeitura -a
lei proíbe a vinculação do logotipo de administrações públicas a bandeiras partidárias.
Foi decretado o bloqueio de
bens do prefeito e, para suspender essa ordem, ele precisou
depositar o valor em juízo. Recorreu então a amigos. O valor
maior veio de Mário Moreira.
Desde julho de 2006, a Promotoria de Diadema investiga
o empréstimo feito pelo tio.
A assessoria do prefeito informou ontem que ele não falaria com a imprensa por falta de
"agenda disponível". O presidente do Diretório Municipal,
Antonio Fidélis, não foi localizado pela reportagem.
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