São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Procura-se

Antes da saída do marqueteiro Lucas Pacheco, Geraldo Alckmin pensava em incorporar Raul Cruz Lima como peça de reforço na redação dos programas de TV. Lima é um publicitário premiado, mas sem experiência na linha de frente de campanhas eleitorais de porte. As circunstâncias levaram o tucano a improvisá-lo na posição principal da comunicação.
Quem conhece Lima sabe que Alckmin, na verdade, levou uma dupla, que tem na outra ponta o também publicitário Marcelo Simões. Embora dominante na parceria, Simões não foi apresentado ao público porque já está compromissado com duas campanhas no interior paulista: a de Darcy Veras (DEM) em Ribeirão Preto e a de Uebe Rezeck (PMDB) em Barretos.



Romaria. Num capítulo anterior ao da troca de Pacheco por Lima, Alckmin procurou Nelson Biondi, marqueteiro de José Serra em 2002 e do também tucano Beto Richa neste ano. Biondi não topou.

Algodão. Alckmin telefonou ontem para José Henrique Reis Lobo, secretário de Serra e presidente do PSDB municipal. Disse que não compartilha das críticas que Lucas Pacheco lhe dirigiu ao deixar a campanha.

Precedente. Ameaçados de expulsão pelo diretório municipal, tucanos kassabistas brincam dizendo que vão chamar, como primeira testemunha de defesa, o senador Tasso Jereissati, quem em 2002 largou o correligionário Serra para apoiar a candidatura presidencial de Ciro Gomes, então no PPS e hoje no PSB.

Sem quórum. Senadores tucanos como o presidente do partido, Sérgio Guerra (PE), e Álvaro Dias (PR), que foram ao estúdio da Band conferir a performance de Alckmin no primeiro debate, não repetirão a dose hoje, no segundo encontro na emissora.

Genérico. O PT oferece em seu site material de campanha padronizado para candidatos em cidades pequenas. Dá para baixar jingle, adesivo, um vídeo em que Lula elogia o partido e declarações gravadas por ministros petistas.

Road show. Em reunião na terça-feira, Lula encomendou a auxiliares uma apresentação sobre a economia brasileira que ele mesmo pretende fazer a empresários num circuito que inclui cidades da Ásia e da Europa. "Precisamos vender o momento que o país está vivendo", disse o presidente. E ainda não havia sido divulgado o PIB de 6,1% no segundo trimestre.

Caro. À frente do processo de fritura de Protógenes Queiroz, o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, tem lembrado que o delegado torrou mais de R$ 300 mil na Operação Satiagraha. O "normal" seriam R$ 50 mil.

Vem aí. Há na praça novos grampos com Gilberto Carvalho. Em um deles, o chefe-de-gabinete de Lula discute o Plano Nacional de Defesa.

Via rápida. Durante reunião anteontem, Lula e o ministro da Justiça, Tarso Genro, bateram o martelo sobre o projeto de lei antigrampos a ser enviado ao Congresso. Pela nova regra, o processo de expulsão do funcionário público que fizer escuta ilegal levará no máximo seis meses.

Antifofoca. O projeto do governo cria uma nova categoria de delito. Além de fazer o grampo e divulgá-lo, será ilegal utilizar as informações contidas na escuta para "obter vantagem, difamar, caluniar ou injuriar alguém".

Tô fora. A desembargadora Suzana Camargo, que disse ao ministro Gilmar Mendes que seu gabinete na presidência do STF havia sido monitorado a pedido do juiz Fausto De Sanctis, faz pressão pesada para não ter de depor à CPI dos Grampos. Vice-presidente do TRF-SP, ela está de olho numa vaga do STJ e teme se desgastar no episódio.

Outro lado. O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) afirma que estava cercado por um grupo de deputados da CPI dos Grampos em seu encontro com Gilmar Mendes, quatro dias antes de entrar no Conselho Nacional de Justiça com uma representação contra o juiz De Sanctis.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Há um espírito de corpo dos senadores e até de funcionários da Casa que se julgam mais importante do que os próprios parlamentares."

Do líder do PSDB no Senado, ARTHUR VIRGÍLIO (AM), sobre a resistência da Casa em cumprir a decisão antinepotismo do Supremo.

Contraponto

O infiltrado

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado votava ontem o projeto que endurece a punição para quem fizer grampos clandestinos quando Álvaro Dias (PSDB-PR) entrou de fininho, protegido por vistosos óculos escuros. Aloizio Mercadante (PT) resolveu provocar:
-Com esse visual você está parecendo um legítimo araponga!
O tucano respondeu com ar misterioso:
-Você nem imagina o que há por trás destes óculos...
Era uma conjuntivite.


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