São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

"Sem medo do império"
abi.bo
Em suposta prova, a agência estatal boliviana postou em sua home "o embaixador (centro) com John Venegas, preso em Palmasola"

Foram solavancos de ações e declarações dramáticas. Para começar, o "atentado terrorista" anunciado em coletiva. Ecoou como tal, "atentado", pelo site da Agência Boliviana, pelo oposicionista "La Razón" e por agências de EUA e Europa.
No Brasil, a resistência à expressão foi maior, com Fátima Bernardes surgindo na Globo para dizer só que "o governo culpa a oposição pelo ataque", depois "sabotagem", destacando antes o risco de corte no gás. Sites daqui reproduziam a BBC Brasil, que despachou de Buenos Aires, registrando que a explosão foi dada como "atentado contra a pátria".
 

Mais um pouco e o próprio Evo Morales declarou "diante do povo" e "sem medo do império" que o embaixador americano era "persona non grata". Em minutos o "New York Times" postou, da Reuters, que o "esquerdista" expulsou "sem dizer que provas teria de que o embaixador está por trás".
A Agência Boliviana citava então uma "reunião secreta" do embaixador com o prefeito de Santa Cruz, dias atrás, e destacava a foto abaixo.

OUTRO GASODUTO
Início da noite e, como se nada estivesse acontecendo, Lula surge na home de "O Estado de S. Paulo" em foto ao lado do governador do Amazonas, passeando em barco, sob o enunciado "Operação de gasoduto deve começar em um ano". Vai ligar a reserva de Urucu a Manaus.

"GOLPE? NÃO"
E como se não bastasse Evo Morales, mais alguns dias e chega ao Brasil o paraguaio Fernando Lugo. Já ontem, em entrevista inesperada à Veja.com, "o general Lino Oviedo nega que esteja tramando um golpe de estado", mas alerta que Lugo "tem que negociar politicamente".

OPERAÇÃO ATLÂNTICO
Ontem na home page da Agência Brasil, "Forças Armadas farão exercício de defesa do petróleo no litoral". A Operação Atlântico deve envolver mais de dez mil militares durante duas semanas, a partir de amanhã, por Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Vai "simular situação de guerra entre dois países pelo controle de uma grande reserva petrolífera".
Em entrevista, o estrategista militar Geraldo Cavagnari avalia que a operação é necessária, pois "aumentou a cobiça sobre as águas brasileiras".

PETROBRAS COMPRA...
Do indiano "Economic Times" ao site da "Forbes", o dia começou com a notícia de que uma empresa de engenharia da Índia "embolsou contrato de US$ 160 milhões com a gigante Petrobras" para fornecer equipamento.

E CONFIRMA
Final do dia, em destaque nos sites e portais brasileiros e depois também nos telejornais, a estatal "confirma descoberta de óleo leve" no campo de Iara, junto a Tupi, e "estima reservas de até quatro bilhões de barris".

"FT" EM CAMPANHA
ft.com
Na análise "O novo proveito de Lula: Brasil pode manter controle total sobre o petróleo do mar", o correspondente Jonathan Wheatley volta a pressionar o Brasil para não "se contrapor aos investidores e às companhias de petróleo"

SEXO, DROGAS & PETRÓLEO
Aliviando um pouco a pressão sobre os EUA, "Sauditas prometem ignorar decisão da Opep de cortar produção", postou ontem o "New York Times".
Mas veio a noite e a manchete, nos sites do "NYT" e do "Washington Post", virou "Funcionários federais pegos em escândalo ético de petróleo". Comandando "bilhões de dólares em royalties de petróleo", eles são acusados de "fazer sexo com e receber presentes de funcionários das companhias", inclusive com "consumo de cocaína", segundo o Departamento do Interior.

BC CONTRA O NATAL
Até aparecer a Bolívia, o destaque na cobertura on-line era o crescimento de 6% na economia brasileira, seguida pela alta de 1,47% na Bovespa, depois de "desabar" um dia antes. Mas a boa nova prosseguiu como manchete no "Jornal Nacional", que mal noticiou o ataque na Bolívia: "A economia produz números animadores. Crescimento de 6% no primeiro semestre". A certa altura, à tarde, sites e portais traziam no alto a promessa do ministro Guido Mantega de "um excelente Natal".
Mais algumas horas, porém, e o Banco Central elevou os juros em 0,75 ponto. Desta vez, ressaltou o Globo Online, três diretores queriam percentual menor.

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@ - Nelson de Sá



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