São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 2000

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Sarney articula apoio do PFL à sua candidatura

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador José Sarney (PMDB-AP) já está articulando com a cúpula do PFL apoio à sua candidatura à presidência do Senado. Sua estratégia é garantir o maior número de votos fora do PMDB e levar a decisão para o plenário. Dessa forma, ele evitaria a disputa com o presidente do seu partido, senador Jader Barbalho (PMDB-PA), na bancada peemedebista.
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), calcula que Sarney consiga 52 votos em plenário. Empenhado em evitar a eleição de Jader, ACM é o principal articulador do nome de Sarney.
A eleição será em fevereiro de 2001. Na avaliação de senadores do PFL, um apoio do partido a Sarney, em detrimento da candidatura de Jader, não prejudicaria o acordo feito com o PMDB para que Inocêncio Oliveira (PFL-PE) seja eleito presidente da Câmara.
""Se porventura Sarney fosse eleito aqui, isso não anularia o acordo com o PMDB da Câmara. O acordo é para que o presidente do Senado seja do PMDB e o da Câmara, do PFL. O acordo é em torno de partidos e não de nomes", afirmou o senador José Agripino (PFL-RN).
Sarney já conversou com o vice-presidente Marco Maciel e com o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC).
Sarney vinha mantendo mistério sobre a possibilidade de se candidatar. Pressionado por ACM, decidiu deslanchar as articulações após o segundo turno das eleições municipais.
Mas já começou a conversar com senadores do PMDB, em busca de apoio, o que vem causando certo mal-estar na bancada, por causa da candidatura explícita do líder Jader Barbalho, que, internamente, tem apoio da maioria.
Alguns senadores do PMDB já falam no lançamento de um terceiro nome do partido para evitar a polarização entre os dois. Ontem, eram citados os nomes de Pedro Simon (GO), Íris Rezende (GO), José Alencar (MG) e Ney Suassuna (PB) como alternativas.
Senadores pefelistas disseram que a eleição de Sarney terminaria com a tensão entre ACM e Jader, que têm trocado acusações desde que se desentenderam por causa do valor do salário mínimo.
O sucessor de ACM será do PMDB, partido que tem maior número de senadores (26). Segundo a tradição da Casa, a bancada escolhe internamente o candidato, que precisa ser referendado pelo plenário. Mas pode haver lançamento de nomes diretamente no plenário. O PFL tem 21 senadores.



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