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Sarney articula apoio do PFL à sua candidatura
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador José Sarney
(PMDB-AP) já está articulando
com a cúpula do PFL apoio à
sua candidatura à presidência
do Senado. Sua estratégia é garantir o maior número de votos
fora do PMDB e levar a decisão
para o plenário. Dessa forma,
ele evitaria a disputa com o presidente do seu partido, senador
Jader Barbalho (PMDB-PA),
na bancada peemedebista.
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), calcula que Sarney consiga 52 votos em plenário. Empenhado em evitar a eleição de Jader, ACM é o principal articulador do nome de Sarney.
A eleição será em fevereiro de
2001. Na avaliação de senadores do PFL, um apoio do partido a Sarney, em detrimento da
candidatura de Jader, não prejudicaria o acordo feito com o
PMDB para que Inocêncio Oliveira (PFL-PE) seja eleito presidente da Câmara.
""Se porventura Sarney fosse
eleito aqui, isso não anularia o
acordo com o PMDB da Câmara. O acordo é para que o presidente do Senado seja do PMDB
e o da Câmara, do PFL. O acordo é em torno de partidos e não
de nomes", afirmou o senador
José Agripino (PFL-RN).
Sarney já conversou com o
vice-presidente Marco Maciel e
com o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC).
Sarney vinha mantendo mistério sobre a possibilidade de se
candidatar. Pressionado por
ACM, decidiu deslanchar as articulações após o segundo turno das eleições municipais.
Mas já começou a conversar
com senadores do PMDB, em
busca de apoio, o que vem causando certo mal-estar na bancada, por causa da candidatura
explícita do líder Jader Barbalho, que, internamente, tem
apoio da maioria.
Alguns senadores do PMDB
já falam no lançamento de um
terceiro nome do partido para
evitar a polarização entre os
dois. Ontem, eram citados os
nomes de Pedro Simon (GO),
Íris Rezende (GO), José Alencar (MG) e Ney Suassuna (PB)
como alternativas.
Senadores pefelistas disseram que a eleição de Sarney terminaria com a tensão entre
ACM e Jader, que têm trocado
acusações desde que se desentenderam por causa do valor
do salário mínimo.
O sucessor de ACM será do
PMDB, partido que tem maior
número de senadores (26). Segundo a tradição da Casa, a
bancada escolhe internamente
o candidato, que precisa ser referendado pelo plenário. Mas
pode haver lançamento de nomes diretamente no plenário.
O PFL tem 21 senadores.
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