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SÃO PAULO
Sem citar nomes, candidato pepebista critica empresários e central sindical por declaração de voto dada à petista e diz que não esperava apoio dos "ricos" no segundo turno
Maluf vê como espúrios apoios à petista
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PPB à Prefeitura
de São Paulo, Paulo Maluf, afirmou ontem que a adversária petista, Marta Suplicy, é apoiada por
um "casamento espúrio dos homens de direita da Fiesp com a esquerda da CUT terrorista".
Na campanha para o segundo
turno desta eleição municipal,
Maluf vem perdendo para Marta
o apoio de tradicionais aliados,
como empresários e políticos que
já atuaram ao lado do pepebista.
O candidato afirmou que não
aceitaria apoio "desse casamento
espúrio dos homens da direita da
Fiesp com a esquerda da CUT terrorista, que invade a avenida Paulista e o parque Ibirapuera".
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) recebeu a visita de Maluf e de Marta,
durante o primeiro turno das eleições, mas ainda não declarou
apoio a nenhum dos candidatos.
O que ocorreu foram apoios individuais de empresários, como
Mário Amato (ex-presidente da
entidade) e Antônio Ermínio de
Moraes, que declararam que vão
votar anti-Maluf.
Sem citar nomes, Maluf afirmou que não esperava o apoio
dos "ricos".
"Não esperava o apoio deles.
Fui para o segundo turno com os
votos da periferia. Meu compromisso não é com a CUT, com a
bagunça nem com os ricos de São
Paulo", disse o pepebista.
Apesar das declarações, Maluf
afirmou não estar ressentido pela
falta de apoio dos empresários.
"Meu compromisso é com o povo. Eu não mudei. Se alguém se
vendeu por algum cargo, não foi
para mim", disse.
Apesar das afirmações, o candidato insiste em dizer que não vai
baixar o nível da campanha. "Só
vou mostrar a pequenez da dona
Marta do PT. Vou mostrar como
o meu partido é grande", disse.
Políticos
Maluf aproveitou para questionar também o apoio declarado a
Marta de ex-malufistas e de antigos rivais do PT.
O candidato pepebista insinuou
que a candidata estaria fazendo
"acordos espúrios".
Entre os ex-malufistas que declararam apoio a Marta estão os
deputados Nelo Rodolfo e Zé Índio, que fizeram parte da tropa de
choque de Maluf durante a segunda gestão dele como prefeito de
São Paulo (93-96).
"Os dois foram do PPB, mas estão há um ano e meio com o
Quércia (PMDB), que patrocina a
candidatura do PT. O ex-governador (Quércia) precisa explicar
por que falava cobras e lagartos
do PT e agora apóia a Marta. Acho
esse acordo no mínimo estranho", afirmou.
O deputado Campos Machado
(PTB), que declarou seu apoio ao
PT, também foi criticado por Maluf. O deputado foi candidato a vice de Geraldo Alckmin (PSDB).
"Eu tenho pelo menos 57 declarações de Campos Machado insultando o PT e a dona Luiza
Erundina (prefeita de São Paulo
entre 1989 e 1992). Ele tem que explicar por que mudou, depois de
quase 12 anos batendo no PT. Eu
não sei, eu não fiz acordos com
ninguém", afirmou o pepebista.
Mentira
O apoio do tucanos ao PT foi o
principal alvo de ataques do pepebista durante toda a semana. Depois de batizar o apoio como o
"casamento espúrio do governo
incompetente com a candidata
inexperiente", Maluf afirmou que
o PT é co-responsável pela "desgraça" que está a cidade.
"O governador foi eleito com o
apoio do PT. Sendo assim, a responsabilidade também é do PT.
Os dois são co-responsáveis por
essa desgraça que aí está", afirmou o pepebista.
Segundo Maluf, Covas mentiu
ao declarar que iria esvaziar as cadeias de São Paulo.
"Na campanha de 1998, o governador Mário Covas, com o PT,
disse que iria esvaziar os distritos
policiais. Passaram-se dois anos.
Era mentira do governador, era
mentira do PT. Quero que ele
(Covas) me processe se eu estiver
mentindo", afirmou.
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