São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SÃO PAULO
Sem citar nomes, candidato pepebista critica empresários e central sindical por declaração de voto dada à petista e diz que não esperava apoio dos "ricos" no segundo turno
Maluf vê como espúrios apoios à petista

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PPB à Prefeitura de São Paulo, Paulo Maluf, afirmou ontem que a adversária petista, Marta Suplicy, é apoiada por um "casamento espúrio dos homens de direita da Fiesp com a esquerda da CUT terrorista".
Na campanha para o segundo turno desta eleição municipal, Maluf vem perdendo para Marta o apoio de tradicionais aliados, como empresários e políticos que já atuaram ao lado do pepebista.
O candidato afirmou que não aceitaria apoio "desse casamento espúrio dos homens da direita da Fiesp com a esquerda da CUT terrorista, que invade a avenida Paulista e o parque Ibirapuera".
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) recebeu a visita de Maluf e de Marta, durante o primeiro turno das eleições, mas ainda não declarou apoio a nenhum dos candidatos.
O que ocorreu foram apoios individuais de empresários, como Mário Amato (ex-presidente da entidade) e Antônio Ermínio de Moraes, que declararam que vão votar anti-Maluf.
Sem citar nomes, Maluf afirmou que não esperava o apoio dos "ricos".
"Não esperava o apoio deles. Fui para o segundo turno com os votos da periferia. Meu compromisso não é com a CUT, com a bagunça nem com os ricos de São Paulo", disse o pepebista.
Apesar das declarações, Maluf afirmou não estar ressentido pela falta de apoio dos empresários. "Meu compromisso é com o povo. Eu não mudei. Se alguém se vendeu por algum cargo, não foi para mim", disse.
Apesar das afirmações, o candidato insiste em dizer que não vai baixar o nível da campanha. "Só vou mostrar a pequenez da dona Marta do PT. Vou mostrar como o meu partido é grande", disse.

Políticos
Maluf aproveitou para questionar também o apoio declarado a Marta de ex-malufistas e de antigos rivais do PT.
O candidato pepebista insinuou que a candidata estaria fazendo "acordos espúrios".
Entre os ex-malufistas que declararam apoio a Marta estão os deputados Nelo Rodolfo e Zé Índio, que fizeram parte da tropa de choque de Maluf durante a segunda gestão dele como prefeito de São Paulo (93-96).
"Os dois foram do PPB, mas estão há um ano e meio com o Quércia (PMDB), que patrocina a candidatura do PT. O ex-governador (Quércia) precisa explicar por que falava cobras e lagartos do PT e agora apóia a Marta. Acho esse acordo no mínimo estranho", afirmou.
O deputado Campos Machado (PTB), que declarou seu apoio ao PT, também foi criticado por Maluf. O deputado foi candidato a vice de Geraldo Alckmin (PSDB).
"Eu tenho pelo menos 57 declarações de Campos Machado insultando o PT e a dona Luiza Erundina (prefeita de São Paulo entre 1989 e 1992). Ele tem que explicar por que mudou, depois de quase 12 anos batendo no PT. Eu não sei, eu não fiz acordos com ninguém", afirmou o pepebista.

Mentira
O apoio do tucanos ao PT foi o principal alvo de ataques do pepebista durante toda a semana. Depois de batizar o apoio como o "casamento espúrio do governo incompetente com a candidata inexperiente", Maluf afirmou que o PT é co-responsável pela "desgraça" que está a cidade.
"O governador foi eleito com o apoio do PT. Sendo assim, a responsabilidade também é do PT. Os dois são co-responsáveis por essa desgraça que aí está", afirmou o pepebista.
Segundo Maluf, Covas mentiu ao declarar que iria esvaziar as cadeias de São Paulo.
"Na campanha de 1998, o governador Mário Covas, com o PT, disse que iria esvaziar os distritos policiais. Passaram-se dois anos. Era mentira do governador, era mentira do PT. Quero que ele (Covas) me processe se eu estiver mentindo", afirmou.


Texto Anterior: Pereira jogou na seleção brasileira na Copa de 1974
Próximo Texto: Pepebista faz promessa a ouvinte
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.