São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CONGRESSO

Ruralistas perdem 71 deputados na Câmara

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao contrário da bancada ligada ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que teve um aumento no número de deputados eleitos no último dia 6, o grupo ruralista perdeu 71 deles.
Segundo levantamento da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), divulgado ontem, dos 174 deputados da atual legislatura que fazem parte da bancada, 103 se reelegeram. Já no Senado, dos 15 senadores do grupo, apenas cinco se reelegeram e dois têm mais quatro anos de mandato.
Alguns integrantes da "tropa de choque" da bancada ruralista ficarão de fora do Congresso a partir do próximo ano, entre eles estão os deputados Xico Graziano (PSDB-SP), Hugo Biehl (PPB-SC), Giovanni Queiroz (PDT-PA) e Fetter Junior (PPB-RS).
O presidente da CNA, Antônio Ernesto de Salvo, disse acreditar que o atual número de congressistas da bancada ruralista deverá se manter com a adesão de novos parlamentares que chegam ao Congresso. No início da próxima legislatura, a CNA vai convidar todos os congressistas a conhecer a entidade e a participar de debates sobre a questão agrícola.
Com isso, pretende obter novas adesões.
Já a bancada do MST passou dos atuais 11 para 16 deputados.

Negociação
Segundo Salvo, apesar da nova correlação de forças do Congresso, mais à esquerda, a bancada ruralista pretende abrir o debate sobre questões polêmicas na área ambiental, principalmente quanto ao percentual de preservação de mata nativa em propriedades rurais. "Nós queremos preservar a Amazônia e outros ecossistemas, mas não se pode engessar o desenvolvimento. Vamos ter que discutir essa questão", disse.
A CNA e a bancada ruralista pretendem ter como interlocutores para essas questões em um eventual governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva deputados do PT de Minas Gerais, como Virgílio Guimarães, Paulo Delgado e Patrus Ananias.
Outro que deve participar é João Grandão (PT-MS).
A bancada ruralista também vai monitorar o comportamento de um eventual governo Lula com o MST. Há o temor por parte da bancada ruralista que o MST intensifique as invasões para adequar a reforma agrária ao seu interesse.
Para Salvo, a bancada do MST não terá expressão na Câmara. "Se a bancada do MST aumentou, isso é ruim porque é um movimento que é contra a lei."
(SANDRO LIMA)


Texto Anterior: Voto no tucano é menor em capitais
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.