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Estudiosos apontam renovação
DA AGÊNCIA FOLHA
Cientistas políticos acreditam
que a eleição dos "quarentões" faz
parte de um processo amplo de
renovação política e da sociedade
do Brasil.
Na opinião de Josênio Parente,
53, professor da Universidade Federal do Ceará, o fato está ligado
ao processo de mudança da sociedade brasileira, "do corporativismo para a competitividade".
Pelo seu raciocínio, a partir do
final da década de 80 e início da de
90, o país passa efetivamente a
deixar de lado o modelo corporativista -marca da chamada "Era
Vargas", baseado na representação sindical única, tido por alguns
estudiosos como obstáculo para a
modernização das relações de
classe- para o da competitividade -neoliberalismo e queda do
socialismo real do bloco soviético.
"A juventude é consequência
desse processo que eu percebo",
disse o professor.
Para Fernando Abrucio, professor da PUC-SP e da Fundação Getúlio Vargas, a eleição de políticos
mais jovens é parte de um processo de transformação política.
"Acho que o processo, acima de
tudo, é de renovação política, de
quadros políticos. Em alguns momentos combina com a idade, em
outros combina, na verdade, com
a colocação de pessoas que não
representam a antiga elite política", declarou Abrucio, 33.
O cientista político, entretanto,
relativizou a renovação que poderá ser propiciada pelos governadores "quarentões".
"É bom lembrar que renovação
em si pode ser boa para tirar antigos que não estejam dando certo,
mas não quer dizer que, em si, vai
ser boa para o futuro."
(EO e JM)
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