São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 2002

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Estudiosos apontam renovação

DA AGÊNCIA FOLHA

Cientistas políticos acreditam que a eleição dos "quarentões" faz parte de um processo amplo de renovação política e da sociedade do Brasil.
Na opinião de Josênio Parente, 53, professor da Universidade Federal do Ceará, o fato está ligado ao processo de mudança da sociedade brasileira, "do corporativismo para a competitividade".
Pelo seu raciocínio, a partir do final da década de 80 e início da de 90, o país passa efetivamente a deixar de lado o modelo corporativista -marca da chamada "Era Vargas", baseado na representação sindical única, tido por alguns estudiosos como obstáculo para a modernização das relações de classe- para o da competitividade -neoliberalismo e queda do socialismo real do bloco soviético.
"A juventude é consequência desse processo que eu percebo", disse o professor.
Para Fernando Abrucio, professor da PUC-SP e da Fundação Getúlio Vargas, a eleição de políticos mais jovens é parte de um processo de transformação política.
"Acho que o processo, acima de tudo, é de renovação política, de quadros políticos. Em alguns momentos combina com a idade, em outros combina, na verdade, com a colocação de pessoas que não representam a antiga elite política", declarou Abrucio, 33.
O cientista político, entretanto, relativizou a renovação que poderá ser propiciada pelos governadores "quarentões".
"É bom lembrar que renovação em si pode ser boa para tirar antigos que não estejam dando certo, mas não quer dizer que, em si, vai ser boa para o futuro." (EO e JM)



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