|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Emprego formal
cede espaço para
vagas precárias
DA SUCURSAL DO RIO
De 2001 para 2002, o número de pessoas ocupadas
cresceu 3,6%, em seu maior
aumento desde 1992. O nível
de ocupação subiu de 54,8%
para 55,7% (ou seja, entre as
pessoas com mais de 10
anos, há mais gente trabalhando), mas ainda ficou
abaixo dos 57,5% de 1992.
O aumento da ocupação é
a explicação técnica para a
queda na taxa do desemprego, de 9,4% para 9,2%, num
ano de crise. Mas isso não
significa necessariamente
uma melhora na qualidade
do trabalho ou do rendimento. Pelo contrário, especialistas apontam um crescimento do chamado emprego precário, com baixos salários ou sem remuneração.
Na análise do economista
Marcio Pochmann, os postos abertos em 2001 e 2002
serviram como "estratégia
de sobrevivência precária",
pois, disse, 96,3% deles foram para pessoas não-remuneradas ou com renda inferior a um salário mínimo.
"Desemprego ou empregos precários e mal remunerados. Este é o resultado de
uma década sem crescimento econômico. Isso porque o
ajuste do mercado de trabalho tem se dado pela ocupação precária", disse ele.
O economista João Saboia,
da UFRJ, afirma que, se não
há crescimento, não há geração de bons empregos, mas
de empregos precários: "As
pessoas entraram e se ocuparam mal, ganhando rendas baixas, tanto que a renda
caiu. As pessoas podem até
se ocupar, mas vão ganhar
menos, não tem alternativa".
Na divisão por posição na
ocupação, a que mais cresceu foi a de trabalhadores na
produção para o próprio
consumo (7,5%), seguidos
dos empregadores (4,2%).
Texto Anterior: Retrato do país: Renda e desemprego crescem na era do Real Próximo Texto: Números sobre trabalho infantil mudam pouco Índice
|