São Paulo, segunda-feira, 11 de outubro de 2004

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PAINEL

É hoje só 1
O aumento, nos últimos dias, das pressões de parlamentares para liberar verbas do Orçamento tem explicação simples: líderes da base concluíram que a hora é agora, enquanto o Planalto e o PT precisam de apoio a seus candidatos no 2º turno.

É hoje só 2
Passada a eleição, não haverá na pauta do Congresso nada que o governo precise de fato aprovar neste ano. O mercado das emendas ao Orçamento estará, portanto, "mais vendedor que comprador", reduzindo o poder de barganha dos deputados.

Grande muralha
A rejeição apontada pela mais recente pesquisa do instituto GPP é madrasta para Marta Suplicy: 49,9% responderam que não votarão "com certeza" na prefeita de São Paulo; 37,3% disseram o mesmo de José Serra.

Troca de coleção
Já está na praça o primeiro outdoor tucano para a etapa decisiva da disputa paulistana ("Agora é Serra"). Até ontem, os de Marta continuavam os mesmos do primeiro turno.

Eleitor nº 1
Petistas se comovem com a dedicação de Aloizio Mercadante à reeleição de Marta. Aspirante ao governo paulista, o senador será afetado como ninguém em caso de derrota da prefeita, a quem poderá ocorrer o desejo de disputar o mesmo cargo.

Movimento migratório
Dos sete vereadores paulistanos eleitos pelo PTB em coligação com o PT, pelo menos dois são passíveis de imediata "tucanização". A conversão da bancada será mais ampla, se não total, no caso de vitória de José Serra.

Abrigado
Parceiro de Havanir Nimtz na propaganda eleitoral do Prona, Faria Lima não conseguiu se eleger vereador, mas foi nomeado chefe-de-gabinete da deputada na Assembléia Legislativa.

Hora de somar
Petista moderado, simpático à candidatura de Luizianne Lins mas desprovido de ressentimento em relação ao Planalto, avalia: se quiser vencer a eleição em Fortaleza, e não apenas fazer sucesso na mídia, a deputada deve parar de sapatear na cabeça dos dirigentes do partido.

Programa de milhagem
Um ou outro ministro ainda hesita, mas Jaques Wagner não tem dúvida: irá a Fortaleza reforçar o palanque de Luizianne, cuja "garra" elogia. Também trabalhará pelo pedetista João Henrique -e contra o candidato de ACM- em Salvador.

De mulher pra mulher
Derrotado no primeiro turno da eleição em Fortaleza, o tucano Antonio Cambraia resiste a apoiar um dos finalistas, mas sua mulher, Marta, já decidiu: fica com a petista Luizianne Lins.

Segunda chance
Cila Schulmann, marqueteira do tucano Beto Richa em Curitiba, vem de duas derrotas no 1º turno: Manaus (Vanessa Grazziotin, PC do B) e Palmas (Nilmar Ruiz, PL). Vai pegar Duda Mendonça, que por sua vez enfrentou resistências na campanha do petista Ângelo Vanhoni.

Modelo de persistência
Do deputado tucano Luiz Carlos Hauly, que perdeu pela terceira vez a eleição para prefeito de Londrina (PR): "Estou igual ao Lula. É o alento que tenho para concorrer pela quarta vez".

Útil ao agradável
De João Paulo Cunha, justificando sua gravação de apoio ao deputado tucano Custódio de Mattos, cujo adversário em Juiz de Fora (MG) é apoiado pelo PT: "Diziam que ele tinha votado pelo fim do 13º. Não teve nada disso". Aspirante à reeleição, o presidente da Câmara não descuida de seu eleitorado.

TIROTEIO

Do deputado Edson Aparecido, presidente do PSDB paulistano, sobre as alterações de calendário promovidas por Geraldo Alckmin e Marta Suplicy na "guerra do feriado" prolongado de Finados, que coincidirá com o segundo turno eleitoral:
-A decisão do governador foi de cidadania, porque visa estimular a participação do eleitor. A decisão da prefeita foi de partidarizar o feriado.

CONTRAPONTO

Pancadas de todo lado

Em meio às articulações no Congresso para aprovar a Constituição, em 1988, um grupo da União Democrática Ruralista procurou o deputado Ademar de Barros Filho, à época no PDT, na esperança de que ele, fazendeiro, votasse de acordo com as diretrizes da entidade.
O parlamentar, no entanto, passara a adotar algumas posições mais à esquerda para agradar ao então presidente do partido, Leonel Brizola.
Um dos representantes da UDR questionou a "conversão ideológica" do deputado, o que deixou Ademar furioso:
-Cansei de levar pancadas da direita. Para mim chega!
Anos mais tarde, o deputado se articulava para disputar o governo paulista pela legenda de Brizola, que o preteriu. E a UDR então enviou-lhe um telegrama:
-Gostaríamos de saber se Vossa Excelência apanhou mais da direita ou da esquerda.

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